Custos com energia e gás de botijão puxam inflação ainda mais para cima em Belém

IPCA do mês de agosto ficou em 0,85%, de acordo com a prévia divulgada pelo IBGE.

Natalia Mello

A energia elétrica continua sendo a principal vilã da inflação em Belém. Com aumento de 6,18%, o reajuste da tarifa foi responsável pelo maior impacto individual no resultado da inflação do mês de agosto, cuja prévia ficou em 0,85% segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgadas nesta quarta-feira (25). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,85% em agosto.

Graças ao cenário crítico vivenciado no setor hídrico, a bandeira tarifária vermelha patamar 2 foi aplicada nos meses de julho e agosto. Além disso, a partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional da bandeira, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos (frente a R$ 6,243 em junho).

A autônoma Marize Gomes da Costa contabiliza os aumentos dos últimos três meses. De R$120.06, a conta passou para R$139,71, e depois para R$143.53. Ela revela que a família prioriza o pagamento de energia elétrica sempre para evitar os cortes, mas lamenta, pois sempre fica pendente alguma outra conta. “Sabemos que temos um consumo que precisa ser pago, mas o impacto que causa é deixar de ter, às vezes, até mesmo um alimento melhor, um vestir ou um lazer melhor”, pontua.

A alta refletiu ainda no grupo Habitação, que, junto com outros componentes, ficou com o maior aumento do mês: 3,17% – reajustes tarifários ocorridos em Belém também explicam o resultado em agosto. Além da energia elétrica, o grupo habitação foi influenciado pelos aumentos nos preços do gás de botijão (1,80%) e do carvão vegetal (1,70%).

Para dar conta de pagar o botijão de gás, muitas pessoas acabam por parcelar esse componente necessário do grupo Habitação. É o caso da recepcionista Stéphanie Gomes. “Eu parcelo sempre. Antes custava R$ 60, R$ 80, mas agora está R$ 100, né. A energia já está cara, vem bandeiramento de 8%. Antigamente eu pagava R$ 200, agora pagamos R$ 300, ai junta com R$ 100 do gás, não está dando para viver. Para quem ganha mil reais já vai metade do salário da gente”, conclui.

Aumento em outros grupos

Com a segunda maior contribuição para o IPCA-15 de agosto, o grupo alimentação e bebidas apresentou aumento de 1,03%, além de 0,67% dos gastos com despesas pessoais. As únicas quedas foram em saúde e cuidados pessoais (-0,32%) e transportes (-0,05%).

No grupo alimentação, o preço da alimentação no domicílio (1,32%) acelerou em relação a julho (0,09%). Os itens que tiveram os maiores aumentos foram a cenoura (22,01%), o tomate (16,12%), o café moído (6,97%), o leite condensado (6,47%) e a batata-inglesa (6,28%). Na contramão, o preço do açaí caiu 6,91% e da cebola 6,60%.

O grupo transportes, que acumulava seis altas sucessivas, a queda de agosto foi influenciada principalmente pela queda no preço das passagens aéreas (-13,90%), além da deflação do preço do transporte público, que caiu 4,15%. Em contrapartida, os combustíveis seguiram em alta (0,93%).

Na comparação com o mês anterior (0,76%), a prévia da inflação em Belém refletiu aumentos maiores em agosto. No ano, o indicador acumula alta de 6,19% e nos últimos 12 meses, de 9,85%, apontam os dados divulgados hoje (25) pelo IBGE.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA