Conta de água vai aumentar 54% até o fim de 2023 em Belém

Média do metro cúbico de água deve chegar a R$4,53 com reajuste escalonado para pequenos consumidores

O Liberal
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A Agência Reguladora de Belém (Arbel) autorizou um aumento de 53,98% nas tarifas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário para o município de Belém, após a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) apontar uma defasagem no valor da tarifa de 92,07%.

O valor final contempla a revisão tarifária periódica no valor de 41,40% e o reajuste anual tarifária de 12,58%, já que nos anos de 2020 e 2021 o aumento não ocorreu. Entre quem consome de 0 a 10 metros cúbicos mensais, parcela de clientes que é a maioria no Pará, o reajuste médio deve ser de R6,10.

A tarifa média deste grupo, portanto, deve subir de R$29,40 para R$35,50. Já o metro cúbico (mil litros) da água na capital paraense salta de R$2,94 para R$3,50.

Até o fim do ciclo de aumentos aprovados, no final de 2023, o metro cúbico em Belém deve chegar a R$4,53 para quem consome até 10 metros cúbicos. Para estabelecimentos comerciais, quem consome até 10 m³ pagará R$11,67 a partir do próximo mês e, ao fim do ciclo, chegará a R$13,54

O aumento, porém, não será repassado aos clientes de uma única vez: a Arbel solicitou que a Cosanpa aplique parcelas semestrais distribuídas de forma decrescente na seguinte ordem: a primeira parcela de 20,66%, segunda parcela de 10,00%, terceira parcela de 8,50% e a quarta parcela de 6,93%, totalizando um reajuste escalonado de 46,06%. A Cosanpa poderá aplica os novos valores a partir do dia 28 de maio, quando a publicação da resolução normativa no Diário Oficial do Município completa 30 dias. 

Para o coordenador de Regulação Financeira e Contábil da Arbel, Danyel Ribeiro, muitas vezes a população não associa o valor com a quantidade de água consumida, o que é importante para utilizar a água com consciência. "Quando você divide o preço atual pelo metro cúbico, percebe que cada litro de água em Belém custa R$0,00294. O acréscimo feito nessas frações de centavo corresponde a inflação desde o último aumento em 2019 e também os serviços prestado pela empresa", diz. Ele lembra que os valores devem estar descriminados na fatura para os clientes. Em nota, Cosanpa afirma que quem determina o reajuste tarifário e de que forma é aplicado é Arbel, ou seja, que não apresentou proposta de reajuste. 

Lúcia Moreira é consumidora residencial e avalia que a conta de água nunca pesou no orçamento familiar, mas quem tem notado aumentos. "Acredito que a gente usou mais durante a pandemia, com certeza. Ficamos mais em casa e aqui somos quatro. Esse aumento preocupa, claro, porque tudo é gasto. Mas acho que vai dar para segurar", prevê.

Inadimplência com serviços básicos cresce no Brasil

A inadimplência no pagamento de serviços básicos, como água e luz, bateu o recorde em março deste ano, alcançando 23,2% segundo a Serasa. Trata-se do maior índice para o mês dos últimos quatro anos. São mais de 37 milhões de faturas atrasadas no segmento.

No Pará, por exemplo, a Cosanpa contabiliza média de 35% de inadimplência entre os clientes da Companhia só nos três primeiros meses de 2022. "A mesma [média] dos anos anteriores, ressaltando que esses dados são referentes aos municípios atendidos pela Cosanpa", informou o órgão. 

Hoje, o cliente que está em débito com a Companhia pode procurar uma das lojas de atendimento e fazer uma negociação. A Cosanpa oferece descontos de até 90% sobre as multas e juros e para pagamentos à vista é dado mais 20% de desconto. Há também a opção de parcelar os débitos. 

Para o gerente da Serasa Thiago Ramos, a alta das dívidas é um reflexo do momento atual. "O cenário econômico tem alguns indicadores que apontam para uma perspectiva de alta dessa tendência de inadimplência, e as contas básicas não são diferentes", afirma.

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