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Consumidor do Norte aumenta em 36,9% o uso de cartões em 2021

Setor de bares e restaurantes afirma que a alta é fruto de falta de dinheiro

Abílio Dantas
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O uso de cartões de crédito, débito e pré-pagos para pagar serviços e compras do comércio, em 2021, teve crescimento de 36,9% na região Norte. O valor completo transacionado foi de R$ 104,9 bilhões. Em comparação com as demais regiões do país, o resultado colocou o Norte no topo do ranking em termo de aumento das transações, sendo seguido pelo Nordeste (33%), que apesar de ter registrado um crescimento menor, transacionou R$ 328 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs).

Em âmbito nacional, foram R$ 2,6 trilhões de reais movimentados na economia, o que representou crescimento de 33% das compras com cartões de crédito, débito e pré-pagos em 2021. A associação afirma que o aumento segue uma tendência dos últimos anos, impulsionado pela digitalização das transações na economia e pela recuperação do consumo de bens e serviços no país.

A expectativa da Abecs, de acordo com a Agência Brasil, é que os cartões ultrapassem a marca dos R$ 3 trilhões em 2022, representando 60% do consumo das famílias. O cartão de crédito foi o meio de pagamento que apresentou o maior valor de movimentação, com aumento de 36,6%, se comparado ao ano anterior. Em seguida, o cartão de débito, com alta de cerca de 20%.

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHBRS-PA) avalia que o resultado da pesquisa está relacionado ao período de baixa do poder de compra da população, com a crise econômica agravada pela pandemia de covid-19. “A principal causa do aumento da utilização de cartão de crédito é exatamente a falta de dinheiro. Como as pessoas deixaram de ter dinheiro para pagar as contas à vista, passaram a comprar parcelando, porque podem pagar o mínimo da fatura e já renovar o crédito para o próximo mês. Foi forçado pela falta de numerário”, afirma Fernando Soares, assessor jurídico da entidade.

Nos anos de 2020 e 2021, em razão da crise sanitária, o aumento do uso de cartão de crédito, no Pará, foi notório para o setor de bares e restaurantes. “Muitas pessoas perderam o emprego, muitas empresas fecharam. Então, muitos foram para o crédito para poder sobreviver. A maioria das pessoas que receberam o auxílio-emergencial estavam em uma situação de necessidade muito grande, e o valor não dava condições para gastos supérfluos, por isso não acredito que tenha influído no aumento do uso do cartão”, completa Fernando Soares.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Pará (Corecon-PA), Luiz Carlos Silva, estima que o nível de utilização do crédito no Pará tenha sido maior que a média nacional, já que o Estado “foi um dos maiores geradores de empregos formais e o carro-chefe de nossa economia são justamente os setores de comércio e serviços”. “É possível que haja um crescimento no ano de 2022, mas menor, devido ao crescimento da taxa Selic, que encarece o crédito diminuindo o ritmo de crescimento da economia”, ressalta o economista.

Depois das regiões Norte e Nordeste, o uso de cartões teve os seguintes patamares de crescimento: no Sul, de 32,3% (R$ 386,5 bilhões); no Sudeste, de 28,5% (R$ 1,61 trilhão); e no Centro Oeste de 31,7% (R$ 209 bilhões).

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