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Cheque especial pode prejudicar orçamento financeiro

Especialista alerta que modalidade só deve ser acessada em casos de emergência

Elisa Vaz

Os brasileiros economizaram um total de mais de R$ 10 bilhões em juros do cheque especial desde que entrou em vigor a regra que limita o percentual em 8% ao mês – ou 151,8% no ano. A medida começou a valer há quase um ano e meio, segundo estimativa do Banco Central (BC). Procurado pela reportagem, o órgão informou que não dispõe de dados regionais.

Para o economista Nélio Bordalo, esta redução nos juros do cheque especial foi muito importante para o orçamento das pessoas, porque muitas utilizavam a modalidade como complemento de renda, o que é um grande problema. “É um credito que tem que pagar depois. Agora os juros passaram a ser menores, mas, mesmo assim, não é interessante. Ele demonstra o descontrole financeiro da pessoa que está usando, porque ela não está conseguindo pagar seus compromissos com a renda que tem. Ela pode estar gastando muito, então deve ajustar o seu perfil de consumidor para um patamar mais baixo, para não utilizar cheque especial. É uma bola de neve, vai usar e vai ter que pagar”, afirma.

No entanto, mesmo com a medida de redução de juros, o Banco Central aponta que o volume de concessões do cheque especial caiu no ano passado, após a entrada em vigor dos novos limites, em janeiro de 2020. No entanto, essa queda, informou a autoridade monetária, ocorreu por causa do pagamento do auxílio emergencial, que diminuiu a demanda pela modalidade de crédito.

“Isso demonstra que o brasileiro, apesar da crise econômica, está sendo mais consciente na utilização desta ferramenta de crédito, possivelmente se ajustaram nos seus orçamentos. Pode ter a ver com o auxílio emergencial; com esses recursos, as pessoas deixaram de usar o cheque especial, deu uma compensada”, pontua Nélio.

A principal dica do especialista é não utilizar o crédito. Isso porque, com os juros de 8% ao mês, o usuário pagará bem mais caro do que emprestou no mês seguinte. Por isso, o economista diz que é preciso se planejar, fazer um orçamento familiar e doméstico e se enquadrar em sua renda mensal, para evitar gastar mais do que deve. Se não for possível não utilizar o cheque especial, Nélio recomenda que a pessoa só busque o recurso em caso de extrema necessidade, como problemas com carro, casa ou de saúde.

“É importante ter a possibilidade de usar o cheque especial e manter uma conta com limite, porque em alguns momentos é um adicional. Mas não é bom usar, porque você paga juros, e no mês seguinte tem que bancar isso e vai tirar do salário, da renda. Vale a pensa recorrer em emergência, não com frequência”.

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Economia
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