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Cerveja pode ficar mais cara; consumidores já sentem altas

Guerra é um fator que influencia no custo elevado do produto.

Elisa Vaz

A cerveja pode ficar mais cara este ano, motivada, principalmente, pela guerra na Ucrânia, que tem pressionado os preços da cevada e do malte, dois ingredientes do produto, segundo especialistas. Mas, antes disso, o Brasil já sofria uma tendência de alta – o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2021, a cerveja consumida em casa ficou 8,7% mais cara no ano passado, enquanto em bares e restaurantes subiu 4,8%.

O economista Marcus Holanda lembra que, mesmo com cenário de aumento de custo, o consumo de bebidas aumentou 25,5% desde que começou a pandemia da covid-19. Agora, influenciado pelo impacto da guerra, o consumo internacional tem sofrido mudanças. “Mais de 80 países estão embargando produtos e serviços para a Rússia. A gente sente na inflação, em razão do frete, e a falta de alguns produtos como trigo, óleos e derivados e combustível. Isso influencia no transporte de qualquer mercadoria, o país já está sentindo isso”, comenta. Especificamente sobre a bebida, além do custo do transporte e dos insumos, o especialista ressalta que também têm subido os preços de extração de água nos locais onde essas indústrias cervejeiras estão instaladas, e o imposto tem ficado mais caro.

Empreendedor, Thales Rodrigues é dono de um bar que funciona no quintal de sua casa, chamado “Quintalles”, fundado no segundo semestre de 2020. Ele conta que, desde o final do século passado, sua família trabalha com bebidas e seu pai possuía um depósito em casa, então Thalles cresceu nesse meio, por isso fundou a empresa.

Desde que assumiu a liderança do negócio, o empreendedor diz que sentiu diversos aumentos no preço da cerveja, que variam de acordo com o vasilhame – um litro, 600ml, long neck e latas. Fazendo uma comparação direta desse período de 2020 até o presente momento, ele acredita que os custos tenham sido elevados entre 10% a 13%.

“De início, uma empresa começou com seus reajustes e então comecei a ir mais para o outro lado. Mas essa outra empresa também começou a elevar os preços no final do último ano, e desde então costumo dividir meu estoque entre as duas. De início mantive os preços, até não ser mais possível e aí tive que, aos poucos, começar a passar esse aumento no bar, pelo menos em relação às cervejas de litro e 600 ml; as long necks e latas venho mantendo os preços iniciais”, comenta.

Caso uma nova alta ocorra no mercado, Thalles destaca que há impacto nas cervejarias e, consequentemente, para os revendedores, desde os depósitos, chegando aos bares e vendedores ambulantes. “Só nos resta aguardar agora e tentar tomar as medidas logísticas adequadas para não sairmos no prejuízo e também não afetar tanto o consumidor final”, adianta o empreendedor.

Consumidora opta por substituir marcas

A arquiteta Ruthi Gomes, de 25 anos, notou que a cerveja está mais cara desde julho do ano passado, mas viu os preços subirem ainda mais no início deste ano, principalmente em festas. Ela diz que já chegou a pagar R$ 11 ou R$ 12 em uma lata de cerveja de 300 ml. “Está um absurdo. E eu gasto muito porque gosto, é a única bebida que eu gosto de beber. Para quem sai todo fim de semana, como eu, tem que gastar, é uma quantidade significativa”, comenta.

Como alternativa, Ruthi tem tentado sair menos, para economizar, já que não acha viável sair e beber todos os dias do final de semana. Outra saída, que ela já fez e continua fazendo, é substituir as marcas. “Só bebo as mais caras quando recebo, se não bebo as mais baratas. Caso aumente mais, o impacto vai ser justamente optar por marcas que sejam mais em conta e diminuir o consumo semanal”, adianta. Uma alternativa também é frequentar locais com custo mais baixo e optar por comprar as bebidas em depósitos para beber em casa. “Mas deixar de beber não é uma opção”, dispara a arquiteta.

Dicas para economizar com cerveja

- Reduzir o consumo, já que não é um produto essencial. Priorizar os itens que fazem parte da cesta básica, além de transporte, educação e saúde, e só então o lazer.
- Buscar substitutos, como marcas e concorrentes mais baratos no mercado.
- Optar, quando sair, pelos locais com happy hour e promoções.
- Apostar nos cupons de desconto de aplicativos.

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Economia
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