Capitais perdem espaço, revela estudo do IBGE sobre o PIB dos Municípios
Entre os municípios brasileiros, São Paulo e Rio de Janeiro foram as cidades que mais perderam participação no PIB entre 2002 e 2021
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (15) os resultados do estudo PIB dos Municípios, evidenciando uma mudança na dinâmica econômica brasileira nos últimos anos. O levantamento destaca a descentralização das atividades econômicas, com grandes cidades perdendo importância no Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Em 2002, apenas quatro cidades - São Paulo (12,7%), Rio de Janeiro (6,3%), Brasília (3,6%) e Belo Horizonte (1,6%) - representavam aproximadamente um quarto do PIB nacional. Contudo, em 2021, esse cenário evoluiu, e 11 cidades passaram a compor esse grupo, correspondendo a cerca de 25% da economia brasileira.
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A análise detalhada revela que, em 2021, além das já mencionadas São Paulo (9,2%), Rio de Janeiro (4%), Brasília (3,2%) e Belo Horizonte (1,2%), outras cidades entraram na lista, como Manaus (1,1%), Curitiba (1,1%), Osasco (SP) (1%), Maricá (RJ) (1%), Porto Alegre (0,9%), Guarulhos (SP) (0,9%) e Fortaleza (0,8%).
A desconcentração também é percebida ao observar a participação das capitais na economia. Em 2002, as capitais representavam 36,1% do PIB; em 2020, esse percentual reduziu para 29,7%, chegando a 27,6% em 2021, o menor índice desde o início da pesquisa.
Cidades do interior são mais ricas no Pará e no Espírito Santo
No Pará e no Espírito Santo, a descentralização é evidenciada. Parauapebas (PA) e Serra (ES) ocupam a posição de maior destaque no PIB estadual em vez das capitais.
Os dados também mostram que, entre os municípios brasileiros, São Paulo e Rio de Janeiro foram as cidades que mais perderam participação no PIB entre 2002 e 2021. Por outro lado, Maricá (RJ) obteve o maior ganho, impulsionado pela extração de petróleo e gás.
O estudo aborda ainda o PIB per capita, destacando a liderança de Catas Altas (MG) nesse indicador, impulsionado pela extração de minério de ferro. A análise aponta desigualdades regionais, com média nacional de R$ 42,2 mil, enquanto o Nordeste registra R$ 21,5 mil e o Centro-Oeste destaca-se com R$ 55,7 mil.
A economia brasileira, ao diversificar suas bases, evidencia um cenário de descentralização, com consequências significativas na composição do PIB e no perfil econômico de suas regiões.
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