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Atualização do CadÚnico gera filas e reclamações em Belém

Prazo para atualização dos dados foi prorrogado, mas beneficiários reclamam da falta de organização 

O Liberal

Cadeiras de praia, guarda-chuvas e muita gente debaixo do Sol quente. A descrição poderia ser de alguma praia do litoral paraense neste mês de julho, mas é, na verdade, da fila para atualização do Cadastro Único em Belém nesta quinta-feira (14).

Apenas 235 senhas de atendimento foram distribuídas e, por volta das 9h, os funcionários da Central do Cadastro Único na avenida Augusto Montenegro informaram aos beneficiários do Auxílio Brasil que quem ficou de fora teria que tentar de novo no dia seguinte.

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O benefício foi recentemente reajustado para R$600 e está disponível para pessoas com renda familiar mensal por pessoa de até R$105 ou R$210. Com tantas filas ao redor do país, o Governo Federal prorrogou o prazo de atualização do Cadastro Único que acabaria nesta sexta-feira (15). Agora, vai até o dia 31.


Simone dos Santos chegou na fila às 4h e contou que nem ela nem ninguém que ela conhece conseguiu atualizar os dados de maneira on-line, pelo aplicativo Caixa Tem. Ela conseguiu pegar uma senha.

"A gente já chega de madrugada, se arriscando pela rua, arriscando de ser roubado. O pessoal fica reclamando e discutindo com razão. A moça falou que eram no máximo 500 fichas, divididas entre prioridades e atendimentos normais. O meu benefício deu erro e estou tentando fazer isso para dar tudo certo", conta.

A beneficiária Julia Raimunda também chegou na fila no mesmo horário, mas não conseguiu senha. A última do dia foi dada para a pessoa que estava na frente dela. "Tem crianças aqui, idosos. Tenho um filho pequeno e ainda cuido da minha vó. Não posso voltar amanhã. É um descaso. Olha o Sol que já está. Uma negação", diz ela, ao afirmar que o ideal seria distribuir filas de retorno no dia seguinte ou realizar agendamentos.

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Já a chefe de família Regiane Brito tentou atendimento no Centro de Referência de Assistência Social do bairro da Pedreira na segunda e na terça-feira. Não conseguiu. Na quarta-feira, foi até a unidade da João Paulo ll, também sem sucesso. Nesta quinta, ela voltou mais uma vez para casa sem a resolução do problema.

"Sou mãe de família, tenho três filhos e estou aqui por necessidade. Na hora que os governantes precisam de voto, eles vão atrás da gente. Por que eles não organizam e dão uma senha para o dia seguinte? São no máximo 100 senhas na Pedreira. Na João Paulo deram 50 e fui de madrugada. Chego aqui é a mesma situação. ainda é pior. Perdi o auxílio por causa desse cadastramento", lamenta.

Ao lado dela, a dona de casa Maria Lucieles estava chateada com uma orientação que teria sido dada por uma das responsáveis por atender o público: "ela falou para a gente já ficar aqui [direto] até amanhã diz que. Já pensou uma humilhação dessa?".

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Belém para comentar o caso e aguarda retorno para a atualização deste texto.

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