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‘Temos que furar para saber’, diz presidente do IBP sobre potencial de petróleo na Margem Equatorial

Roberto Ardenghy, defendeu a importância da pesquisa exploratória na Foz do Amazonas para avaliar o potencial petrolífero da região.

Jéssica Nascimento

Em entrevista exclusiva concedida ao Grupo Liberal na tarde desta terça-feira (24/06), em Belém, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, reforçou a necessidade de pesquisas exploratórias na Margem Equatorial, com foco na Foz do Amazonas. Segundo ele, apenas a perfuração poderá confirmar se há petróleo em quantidade e qualidade comercialmente viáveis. Ardenghy está em Belém para participar do Amazon Energy, evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), que ocorre nesta quarta (25/06) e quinta-feira (26/06).

Aposta na Margem Equatorial

Roberto Ardenghy destacou o potencial de diversas bacias sedimentares no Brasil, entre elas a do Parecis (MT), Pelotas (RS), Camamu-Almada (BA) e, principalmente, a do Pará-Maranhão, que integra a Margem Equatorial. Segundo ele, a Foz do Amazonas representa hoje uma das maiores apostas da indústria de petróleo no país.

“Hoje, a Foz do Amazonas é uma grande aposta da indústria. A Agência Nacional do Petróleo, na semana passada, fez um leilão de áreas, e 80% dos recursos arrecadados foram destinados a blocos localizados nessa região”, afirmou.

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Perfuração é essencial, diz Ardenghy

Apesar dos estudos sísmicos e da análise geológica já realizados, Ardenghy reforçou que a única forma de confirmar a existência de petróleo em quantidade e qualidade adequadas para exploração comercial é por meio da perfuração de poços.

“Você só descobre realmente se tem petróleo quando fura um poço. É a única maneira de confirmar se há acumulação e se as condições geológicas são favoráveis para extração”, explicou o presidente do IBP.

Potencial de desenvolvimento regional

Segundo Ardenghy, a possível confirmação de reservas na Margem Equatorial pode representar um grande impulso econômico para o Norte do país

“Se for confirmada a ocorrência dessa acumulação grande de petróleo, será muito importante para o desenvolvimento da economia regional”, pontuou.

Casos de sucesso nas Guianas reforçam expectativa

O presidente do IBP também lembrou que países vizinhos, como Guiana e Suriname, já descobriram grandes reservas na mesma faixa geológica, o que aumenta a expectativa sobre o lado brasileiro da bacia.

“Na Guiana foram descobertos 6 bilhões de barris, e no Suriname também já há grandes acumulações de gás. Então, a pergunta que fica é: por que não também do lado brasileiro?”, questionou.

Pedido de autorização ao Ibama

Ardenghy informou que a Petrobras está liderando os esforços para obter autorização do Ibama para realizar a perfuração exploratória na região. 

“É isso que estamos pleiteando. Se tudo der certo e a teoria se confirmar, teremos petróleo”, concluiu.