Safra do jambo se aproxima do fim e valor da fruta dobra em Belém
Com menor oferta nas feiras e pontos de venda, a fruta típica da região tem procura acima de outras frutas populares e gera lucro expressivo para os vendedores
Mesmo no final da safra, o jambo, fruta típica da região Norte, ainda é vendido nas ruas e feiras de Belém, onde consumidores encontram o produto principalmente em feiras livres e por ambulantes em semáforos. A safra mais intensa ocorre entre março e maio, seguida por um período menor entre julho e agosto, e o fim da oferta já reflete nos preços praticados. Vendedores alertam que quem quiser aproveitar a fruta deve se apressar, pois ela deve desaparecer dos pontos de venda até o final deste mês.
De acordo com o feirante Roberto Marques, que comercializa o fruto no mercado do Ver-O-Peso, o fim da safra já se reflete na qualidade e no preço. “No começo do mês chegavam os mais graúdos, agora já vem muito ‘miúdo’ no meio”, diz.
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Os valores também mudaram ao longo da temporada. Se no início da safra era possível encontrar 12 unidades por R$ 10, hoje, na venda de Roberto, a mesma quantia já está pela metade. “Agora, como a quantidade vai diminuindo, a gente tá vendendo 6 por R$ 10”, explica o vendedor.
Procura
O feirante destaca que o jambo é uma das frutas mais interessantes para comercializar no período de safra. “O pessoal procura muito. Isso aqui dá mais lucro do que a maçã mesmo. Aqui a gente chama de maçã paraense”, compara. Segundo ele, em dias de maior movimento, é possível vender de mil a 1,5 mil unidades, com aumento da procura nos fins de semana.
Além da popularidade nas feiras, o jambo é muito procurado por ser uma fruta típica da região, com sabor diferenciado e valor cultural agregado. Comparado a outras frutas mais comuns, como a maçã e a banana, o jambo gera mais lucro para pequenos vendedores durante o período de safra, tornando-se um produto estratégico para o comércio local.
Produção
Segundo estudo publicado na Revista Orbis Latina, a produção do jambo na Região Metropolitana de Belém está concentrada principalmente em pequenos agricultores de municípios como Castanhal, Santa Izabel e Santo Antônio do Tauá. Os dados do IBGE analisados no levantamento apontam que, entre 2018 e 2022, houve um aumento de cerca de 20% na área destinada ao cultivo da fruta.
Apesar da relevância econômica, a Emater-PA (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) não possui estatísticas específicas sobre o jambo em seus relatórios públicos. Isso ocorre porque a maior parte da produção vem de quintais, pomares urbanos e áreas periurbanas, não de grandes propriedades agrícolas, como acontece com outras frutas regionais de maior escala, a exemplo do açaí e do cupuaçu.
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