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Preço do gás de cozinha pode chegar a R$ 150 no estado, aponta Dieese

Clandestinidade e leilões da Petrobras pressionam mercado

Maycon Marte

O botijão de gás de cozinha de 13 kg no Pará pode chegar a custar até R$ 150, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). Revendedores locais atribuem o aumento aos reajustes apresentado pelas distribuidoras nos dois últimos meses, influenciados pelos leilões de estoque da Petrobras, modalidade adotada no fim de 2024. Segundo o setor, isso elevou a competitividade e os custos de aquisição, o que se soma a disputa de mercado com as revendedoras clandestinas.

O vice-presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado do Pará (Sergap), David Nascimento, explica que os leilões fazem com que alguns revendedores detenham um estoque maior que outros. A prática foi adotada pela Petrobras em meados de outubro do ano passado, quando a estatal passou a separar parte das cargas para leiloar, pressionando os preços no estado, que já ocupa a 11ª posição entre os mais altos do país, conforme o Dieese.

“São quatro distribuidoras ao todo aqui, elas usaram como argumento que estavam repassando o reajuste devido a essa nova modalidade da Petrobras, que agora está leiloando o gás; por isso, está mais caro”, explica.

Apesar do reajuste, Nascimento pretende segurar o preço da unidade do botijão nas suas lojas, devido ao que descreve como uma “concorrência desleal” com as revendedoras clandestinas, o que compromete o seu lucro. Por isso, o botijão deve se manter entre R$ 120 (a vista) e R$ 125 (no cartão). Essa média, segundo ele, ainda não condiz com o valor real de reajuste que elevaria os preços a cerca de R$ 130.

“Para manter o lucro precisaríamos estar vendendo o gás a pelo menos R$ 130. Mas, pela competitividade desse mercado e pela clandestinidade, a gente não consegue elevar nosso valor. Isso acaba sendo desleal”, lamenta o vice-presidente.

O primeiro reajuste no valor do produto veio ainda no mês de abril, após um período de escassez nos estoques da cidade, devido a um atraso no navio de cargas da Petrobras. Agora, no dia 5 de maio, um novo aumento foi apresentado, ainda sob a justificativa de recuperação desse período, mas também devido à nova modalidade de leilões.

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Maiores indicadores

Os dados obtidos pelo Dieese indicam que os maiores preços médios do botijão de 13 kg se concentram nos sete estados da região norte. Nesse ranking o Pará ocupa a 11ª posição, com preços que variam de R$ 84 a R$ 150 reais. Os números se guiam pelo banco de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Na análise por municípios, os números seguem comportamentos parecidos na média de preço. Em Paragominas, sudeste paraense, a pesquisa encontrou uma média de R$ 148,57 na unidade do botijão, sendo o primeiro lugar entre os mais caros. E, na 12ª posição, o município de Parauapebas, com uma média de R$ 130,83.

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