Pará lidera geração de empregos na construção civil no Norte
No primeiro semestre de 2025, o setor criou quase 4 mil postos formais e impulsionou a cadeia econômica em dezenas de municípios paraenses
O Pará lidera a geração de empregos formais na construção civil entre os estados da Região Norte. De janeiro a junho deste ano, o setor foi responsável por 3.982 novos postos de trabalho com carteira assinada. O saldo positivo é resultado da diferença entre 43.362 admissões e 39.380 desligamentos, conforme levantamento do Observatório do Trabalho, do Dieese/PA, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Ainda segundo a pesquisa, entre os principais setores econômicos, a construção civil respondeu por cerca de 15% do saldo total de 25.426 postos de trabalho gerados em todo o estado no primeiro semestre deste ano. O setor fica atrás apenas de Serviços, com 12.459 novas vagas, Comércio (5.784) e Indústria (4.713).
Além dos empregos diretos, a construção civil movimenta uma cadeia ampla que inclui desde a indústria de cimento, aço, vidro e cerâmica até setores como transporte, aluguel de máquinas, equipamentos e serviços. “A demanda por esses produtos e serviços gera um efeito multiplicador na economia, estimulando o crescimento e a circulação de capital em diversas áreas e municípios paraenses”, destaca o supervisor do Dieese no Pará, Everson Costa.
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Parauapebas, Belém e Barcarena se destacam
Entre os municípios paraenses, Parauapebas liderou com 1.395 vagas formais criadas, seguidas por Belém (892), Barcarena (847), Abaetetuba (583) e Santarém (386). Mais de 50 municípios apresentaram saldo positivo no setor da construção civil no período.
Os números refletem o dinamismo de obras de infraestrutura tocadas tanto pelo setor público quanto pelo privado. Segundo o levantamento, o Pará respondeu por quase metade de todos os empregos formais criados na construção civil na Região Norte no semestre. Dos 8.294 postos abertos em toda a região, 3.982 foram no estado.
Saldo de empregos na construção civil no 1º semestre de 2025 — Região Norte:
- Pará: 3.982
- Amazonas: 1.709
- Tocantins: 1.506
- Roraima: 561
- Rondônia: 448
- Amapá: 186
- Acre: -98
Total: 8.294
COP 30 e programas federais que impulsionam o setor
Segundo Everson Costa, a realização da COP 30 em Belém, em 2025, também vem sendo apontada como um dos motores desse aquecimento. As obras preparatórias para o evento incluem requalificação urbana, melhorias em saneamento, construção de espaços de eventos e estímulo à rede hoteleira.
Outros fatores que têm garantia garantida ao setor são os programas federais retomados recentemente, como o Minha Casa, Minha Vida e o Novo PAC, que injetam recursos em obras habitacionais e de infraestrutura no estado.
Apesar do cenário positivo, o setor ainda enfrenta obstáculos. Entre os principais, está a necessidade de mão de obra mais entregue e a alta no custo dos insumos de construção. Esses fatores impactarão a produtividade das obras e o ritmo das contratações nos próximos meses.
A expectativa é de que os investimentos se mantenham em alta no segundo semestre, especialmente com o avanço das obras ligadas à COP 30.
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