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Pará e mais 11 estados brasileiros apresentam potencial para a presença de terras raras no solo

É o que aponta um levantamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB); Brasil possui cerca de 21 milhões de toneladas de terras raras

O Liberal

O Pará e mais 11 estados brasileiros apresentam potencial para a presença de terras raras no solo. É o que aponta um levantamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Um grupo de 17 elementos químicos, geralmente misturados a outros minérios e de difícil extração, é chamado de terras raras. Apesar do nome, não são necessariamente raros, porém difíceis de isolar em alta pureza, o que torna o processo caro e complexo.

Isso significa que são áreas em que há estudos para detectar se, de fato, há presença desses minerais ou regiões em que já foram confirmados depósitos desses elementos químicos, como é o caso de Goiás e Minas Gerais. Os seguintes estados têm o potencial, segundo o SGB: Goiás, Tocantins,  Minas Gerais, ⁠Bahia, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Rondônia, Roraima, Amazonas e Piauí. As informações são do g1 e GloboNews

Segundo o SGB, a maior parte das reservas de elementos terras raras está associada a rochas alcalino-carbonáticas em Araxá (MG), Tapira (MG), Catalão (GO), e depósitos de argila iônica associadas a alcalinas em Poços de Caldas (MG), além de Seis Lagos (AM). Há também projetos de pesquisa avançados no sul da Bahia, que inclui rochas monazíticas e argila iônica, e projetos em argila iônica do Grupo Mata da Corda (MG). Como revelou o g1 nesta quinta-feira (24), o SGB identificou 39 novas ocorrências de fosfato, elementos terras raras (ETR) e urânio na borda oriental da Bacia do Parnaíba, no estado do Piauí.

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Energia limpa

Se confirmada por estudos mais aprofundados, a descoberta pode levar o Brasil a uma posição de maior destaque no cenário global de minerais estratégicos — especialmente no mercado de terras raras e urânio, dominado hoje por poucos países. Isso abriria caminho para o fortalecimento da cadeia produtiva nacional em setores como energia limpa, tecnologia de ponta e defesa, além de atrair investimentos e reduzir a dependência externa. As chamadas terras raras são um grupo de 17 elementos químicos encontrados na natureza, geralmente misturados a outros minérios e de difícil extração.

Esses minérios são indispensáveis para a produção, por exemplo, de turbinas eólicas; motores de carros elétricos; chips de computadores e celulares; equipamentos médicos de ponta; satélites, foguetes e mísseis; dispositivos eletrônicos de última geração. Por isso, estão no centro da economia do século 21 , e também de disputas geopolíticas cada vez mais acirradas.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Brasil possui cerca de 21 milhões de toneladas de terras raras, o que o coloca como o segundo maior detentor global, atrás apenas da China, que além de ter reservas, domina a tecnologia de beneficiamento e refino. “A China tomou uma decisão estratégica há décadas: dominar toda a cadeia produtiva das terras raras. É isso que falta ao Brasil”, diz Fernando Landgraf, professor da Escola Politécnica da USP, em entrevista ao g1. Hoje, o Brasil exporta principalmente matéria-prima bruta. Sem tecnologia de refino instalada em escala industrial, o país perde valor ao longo da cadeia e se mantém como fornecedor periférico, mesmo diante da crescente demanda global.