Não há questão econômica e política envolvida na judicialização do IOF, diz Haddad
Haddad negou “traição” do Congresso e criticou o que chamou de “subversão da narrativa”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (2) que a ação apresentada pelo governo federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra o decreto legislativo que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tem caráter jurídico — e não político ou econômico. Segundo ele, esse tipo de questionamento é “natural da democracia”.
Haddad falou com jornalistas em Buenos Aires, na Argentina, após participar de reuniões do Mercosul.
“Estamos discutindo uma questão jurídica sobre a constitucionalidade do decreto do presidente da República. O Supremo tem que dizer se o decreto é constitucional ou não. Não tem nenhuma questão, nem econômica nem política, envolvida. A questão é eminentemente jurídica e natural da democracia”, declarou o ministro.
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Sem confronto com o Congresso
Questionado sobre a possibilidade de o governo ter buscado um acordo direto com o Congresso antes da judicialização, Haddad negou haver qualquer tipo de “traição” por parte do Legislativo e criticou o que chamou de “subversão da narrativa”.
“Você está querendo colocar uma palavra na minha boca que eu não disse. Eu nem menciono essa palavra”, respondeu o ministro, ao ser perguntado sobre uma suposta traição. “Eu não posso reclamar do Congresso, nunca fiz isso. Há dois anos e meio que estou levando a agenda econômica para a frente com o apoio do Congresso, e isso é dito em todas as minhas manifestações públicas.”
Haddad reforçou que os parlamentares têm o direito de alterar ou rejeitar proposições do governo.
Agenda segue com ou sem IOF
O ministro também afirmou que, caso o STF reconheça a constitucionalidade do decreto que elevava o IOF, “as coisas vão continuar andando normalmente”. De acordo com ele, independentemente do desfecho judicial, o governo manterá sua agenda econômica e o compromisso com as metas fiscais.
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