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Empresários acreditam que queda nas exportações reduzirá preço da carne em Belém

Preços reduziram 2,94% em julho deste ano, aponta Dieese-PA

Maycon Marte

A carne bovina ficou 2,94% mais barata em julho, em relação a junho, nos supermercados e feiras de Belém, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA). Existe a expectativa por parte de empresários do setor de que a redução das exportações de carne do mercado nacional para os Estados Unidos, após as tarifas americanas sobre produtos brasileiros, ajudem o mercado interno. Segundo o empreendedor Vitor Mesquita, açougueiro e churrasqueiro, se o abastecimento aumentar no mercado interno os preços podem continuar reduzindo, devido à competitividade do segmento.


Embora o estudo de preços indique uma redução na variação mensal, quando comparado com o preço médio do quilo da carne em julho de 2024, o produto registrou uma alta de 10,75%. Na avaliação do empresário, os efeitos positivos que projeta devem chegar a médio e longo prazo, com a adaptação gradativa do mercado. Isso porque as tarifas foram aplicadas em julho deste ano e o setor continua se adequando a nova realidade.

“O produtor rural já estava com esse gado no pasto pronto para exportar, quando fomos pegos de surpresa com o tarifaço e o animal que estava pronto, naturalmente não vai mais ser enviado. Dessa forma, acaba ficando mais produto no Brasil, o que é um ponto positivo a curto e médio prazo”, avalia.

O preço médio da carne comercializada na capital paraense fechou julho em média a R$ 40,06, enquanto no mês anterior estava R$ 41,26, resultando na variação de 2,94%. Em 2024, o produto encerrou o ano custando R$ 40,63, mas subiu aproximadamente 8,81% no mês seguinte, em janeiro deste ano, quando custou R$ 44,21.

Impacto zero

Não há qualquer previsão de impactos das tarifas sobre o mercado paraense nesse segmento, como avalia o presidente do Sindicato da Carne e Derivados do Estado do Pará (Sindicarne), Daniel Freire. “O estado do Pará ainda não está habilitado para exportar para os EUA, ou seja, nunca atendemos aquele mercado, então a indústria do estado não foi afetada diretamente por esse problema”, explica o porta-voz.

Sem a dependência direta, não existe qualquer projeção de efeitos negativos na produção do estado. Ele reforça que, por se tratar de um produto perecível, mesmo o mercado nacional deve sentir poucos efeitos tão imediatos das novas taxas. Isso porque o abate do gado acontece sob demanda e é pensado para atender consumidores específicos, com a inviabilidade da venda, o gado não é abatido.

“Na carne, como é um produto perecível, para produzir você tem que ter mercado para todos os cortes gerados por um boi e no caso, como os EUA só compravam basicamente os cortes do dianteiro e alguns recortes, os outros demais, como alcatra, contrafilé, filé, picanha, lagarto, coxão mole, coxão duro entre outros… Sobravam para vender no mercado interno, então, como esse abate foi interrompido, esses produtos não sobram mais aqui”, afirma.

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Consumo local

O consumidor autônomo Leandro Braga, ainda percebe os valores muito elevados, considerando a compra que fez na última quarta-feira (20/8), em um dos açougues de Belém. Na ocasião, ele levou cerca de um quilo e meio de carne, em cortes diferentes, com um total de R$ 60. Em comparação aos gastos no ano passado, afirma que desembolsar em média até R$ 30 nos mesmos cortes.

Enquanto os preços não reduzem mais, ele adota a estratégia de substituir a carne bovina por outras proteínas mais baratas, a exemplo de ovos e carnes brancas, conforme a variação por período. Mas, além de alimentação, a carne vermelha também é fonte de renda para o consumidor que trabalha com venda de alimentos esporadicamente. “Lá em casa principalmente a gente trabalha muito com carne, que às vezes eu faço a minha renda, além da alimentação, então é fonte de renda e fonte de alimentaç