Desligamentos por morte causados por covid-19 cresceram 52% em 2021
Setor de serviços lidera com o maior número de óbitos de trabalhadores neste período
Um levantamento feito pelo Ministério do Trabalho e Previdência revelou que diante da pandemia da covid-19, os desligamentos por morte no mercado de trabalho formal aumentaram 52,56% em 2021, na comparação com o ano anterior. As informações são do portal Metrópoles.
Segundo o relatório, enquanto 66.923 dos contratos foram encerrados em 2020 devido ao óbito de funcionários, em 2021 o número saltou para 102.103. Os picos de desligamentos foram observados nos meses de março (12.458), abril (13.490), maio (12.187) e junho (12.324). O mês com menos mortes foi novembro, quando 5.239 contratos foram encerrados por este motivo.
VEJA MAIS
Os números apurados são proporcionais às altas de mortes por covid-19 no país. Abril, por exemplo, quando houve o maior número de desligamentos por óbitos, também foi o mês em que o Brasil perdeu mais pessoas para a doença. Ao todo, 82.266 brasileiros morreram em decorrência do coronavírus nesse período.
Naquele momento, o país ainda começava a colocar em prática o plano nacional de imunização, com a vacina sendo destinada apenas a idosos, profissionais da saúde, entre outros grupos restritos.
Por outro lado, em novembro, quando 73,1% da população acima de 12 anos estava totalmente imunizada contra o vírus, o número de desligamentos por morte caiu para 6.857, atingindo a menor taxa. Na ocasião, o número de imunizados correspondia a 133.784.419 dos quase 182 milhões de brasileiros, nesta faixa etária, com o ciclo vacinal completo.
Desligamentos por setor
Entre os cinco grandes grupos econômicos analisados pela pasta federal do Trabalho, o setor de serviços lidera o números de desligamentos por morte. Ao todo, foram 48.143 trabalhadores que perderam a vida em 2021, o que representa 0,60% dos encerramentos de contrato na categoria. Ano passado manteve o mesmo padrão de 2020, quando os serviços também apareceram em primeiro lugar no ranking de desligamentos por morte.
Desligamentos por ocupação
Enquanto a comunidade científica recomendava o isolamento social como medida protetiva contra a covid-19, uma vez que a população não tinha acesso à vacina, muitos profissionais viram suas fontes de renda afundarem. Grande parte dos trabalhadores, precisou se expor ao vírus e continuar trabalhando fora do lar.
O resultado disso mostra que, das 20 ocupações que mais morreram profissionais, 14 têm em comum o trabalho presencial como caraterística do modelo de negócio.
Nos primeiros lugares da lista, aparecem motoristas de caminhão (5.960 vítimas), faxineiros (4.697), vendedores de comércio varejista (3.370) e porteiros de edifícios (3.185).
Palavras-chave