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Comércio paraense projeta aumento de vendas no Dia das Crianças e no Círio 2025, aponta Fecomércio

Pesquisa da Fecomércio mostra que consumidores pretendem gastas nas duas datas

O Liberal

O comércio e o setor de serviços em Belém se preparam para dois dos períodos mais movimentados do ano: o Dia das Crianças e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. De acordo com a Pesquisa de Intenção de Compras 2025, divulgada nesta segunda-feira (6/10), pela Fecomércio Pará, a maioria dos consumidores pretende gastar nessas datas, ainda que com cautela diante da percepção de preços mais altos em relação ao ano anterior.

A sondagem mostra que 71,2% dos entrevistados afirmaram que pretendem presentear no Dia das Crianças, enquanto 75% disseram que vão gastar com o Círio. Segundo a Fecomércio, esses resultados confirmam a importância das duas datas para o desempenho do comércio local e reforçam o papel estratégico do monitoramento de mercado para orientar estoques, promoções e campanhas de venda. É o caso da paraense, Débora das Neves, 38 anos, atendente em um hospital. Mãe de um menino de João Paulo, 11 anos, e do adolescente Davi Eduardo, de 15 anos, opta por passeio com seus filhos nessa data especial: “Aqui nós comemoramos sempre com um passeio, ou no Museu, praça da República ou até um clube, presente no dia das crianças sempre é algo bem simbólico: um boneco , uma bola . Nós enfatizamos o passeio”, conta Débora.

Entre os entrevistados, as mulheres representam 69% e os homens, 31%. As faixas etárias mais expressivas estão entre 40 e 59 anos, e a maior concentração de renda foi observada entre aqueles que ganham de três a cinco salários mínimos (31%).

No caso do Dia das Crianças, os principais presenteados são filhos (47,3%), sobrinhos (42,9%) e netos (19,8%). A maioria dos consumidores pretende gastar até R$ 100 (40,2%) ou entre R$ 101 e R$ 200 (27,2%), indicando que o tíquete médio deve permanecer dentro de valores moderados.

Os brinquedos lideram a lista de presentes (48,9%), seguidos por roupas (35,1%) e jogos educativos (31,9%).

As compras devem ocorrer principalmente em shopping centers (49,5%) e lojas de bairro (36,6%), enquanto 21,5% pretendem recorrer ao comércio eletrônico. O cartão de crédito parcelado é a forma de pagamento mais utilizada (39,8%), seguido do PIX (25,8%) e do cartão de débito (22,6%).

Mesmo com alta intenção de consumo, 81,1% dos entrevistados percebem os preços como mais elevados que no ano passado. A qualidade do produto (38,5%) é o principal fator de decisão de compra, à frente do preço (37,5%).

Para o Círio de Nazaré, que movimenta fortemente a economia da capital paraense, a pesquisa indica predominância de gastos com alimentação (64,3%) e camisetas e acessórios religiosos (59,5%). Outros itens mencionados são lembranças e artesanato (32,1%), produtos religiosos (31%) e participação em eventos da festividade (9,5%).

A maioria dos entrevistados planeja gastar até R$ 300, sendo 33,7% entre R$ 101 e R$ 200, e 19,3% entre R$ 201 e R$ 300.

Nas formas de pagamento, o cartão de crédito parcelado (32,1%) e o PIX (25%) voltam a liderar as preferências, evidenciando a consolidação dos meios digitais nas transações comerciais.

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De acordo com a Fecomércio, os resultados revelam um consumidor resiliente, mas financeiramente cauteloso. Apesar da intenção elevada de consumo, o controle nos valores e a escolha de meios de pagamento parcelados refletem o impacto da inflação e dos juros altos sobre o poder de compra.

A entidade lembra que 81,1% dos consumidores percebem alta nos preços — percepção que acompanha as projeções de inflação acima do centro da meta para 2025. Ainda assim, a tendência é de crescimento moderado no setor de comércio e serviços, impulsionado pela estabilidade da renda e pela recuperação gradual do mercado de trabalho, conforme estimativas do IBGE e da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

A pesquisa reforça, ainda, a importância econômica do Círio de Nazaré, que movimenta fortemente os setores de alimentação, vestuário e serviços turísticos. Segundo a Fecomércio, esse dinamismo reflete o potencial do turismo religioso e cultural como motor de geração de renda e emprego, especialmente em períodos de grande concentração de visitantes na capital paraense.