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Carne bovina mantém preço estável e procura por cortes para churrasco cresce nas férias

Expectativa para os próximos meses é de queda, avalia empresário

Maycon Marte

O setor de carnes em Belém vive, nas férias de julho, uma alta na procura entre os consumidores, impulsionada pelas confraternizações nesse período de descanso. O churrasqueiro e empresário do ramo Vitor Mesquita explica que os preços mantêm uma estabilidade há cerca de três meses, após a última alta que o segmento enfrentou. Dados da análise preços feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), aponta uma alta de aproximadamente 1% sobre o produto até o mês de maio, dado mais atualizado.

A principal demanda nesse período é sobre os cortes de carne específicos para churrasco. Mesquita explica que o consumo é separado conforme as partes do boi, sendo a região dianteira mais comum no dia a dia e mais barata consequentemente. Enquanto as carnes retiradas da região traseira costumam ser mais valorizadas, tanto em sabor, quanto no preço.

“No geral, a gente tem, em média, a carne do quarto traseiro em um patamar entre R$ 39 a R$ 42. Enquanto no quarto dianteiro, a gente tem aí uma variação entre R$ 29 e R$ 35, considerando o corte com osso e sem osso do quarto dianteiro”, explica Mesquita sobre a diferenciação.

Segundo o churrasqueiro, os cortes mais procurados para fazer churrasco são: picanha, maminha, fraldinha, alcatra e contrafilé. O preço por quilo dessas opções podem variar entre R$ 45 e R$ 78, acompanhando sempre as interferências de mercado e demanda.

Apesar do momento de estabilidade do segmento, é possível que os cortes mais valorizados para churrasco sofram alguma interferência dessa grande demanda, o que não deve representar um reajuste significativo. Além disso, cada parte e corte já possui naturalmente a sua precificação a partir da região de onde é retirada. O empresário enfatiza que “durante o período do mês de julho, geralmente a carne sofre um pouco mais de reajuste por conta da procura”, mas de uma maneira pontual.

A atual estabilidade dos preços no setor pode ser reflexo do que o empresário descreve como “ciclo da pecuária”, o que acompanharia os processos de criação e abate do gado. Ele ainda não descarta outras possibilidades de interferência nos preços, como a exportação, que encarece o produto internamente a medida que cresce, mas que também não é vista como um problema. Mas, a sua expectativa, a partir do cenário atual do setor, é de queda nos preços para os próximos meses.

“O preço da carne é influenciado pelo ciclo da pecuária, a gente viveu alguns pontos específicos e a expectativa é que no pós-julho a carne sofra um reajuste para menos, barateando um pouquinho mais na conta no consumidor final”, observa Mesquita.

Variação

Conforme o levantamento do Dieese-PA, o preço do quilo da carne da bovina não seguiu uma variação linear, abrindo o ano de 2025 custando em média R$ 44, em janeiro, e seguindo em alta até meados de abril, quando o valor caiu para R$ 41, um recuo de quase 7%. Em maio, o produto voltou a subir, mas com um percentual menor de 1,36%, sem representar efeitos tão significativos para o consumidor final. A pesquisa considera os principais cortes de carnes e seus valores em açougues e supermercados de Belém.

Na análise do período de doze meses, desde maio do ano passado, os preços registraram uma alta de quase 16%. O Departamento chama atenção ao fato de o valor superar em maus que o dobro a inflação atual calculada em 5,30%. “O cenário atual dos preços da carne bovina em todo o Brasil, indica uma tendência de alta e/ou pressão sobre a formação de preços. A demanda externa por carne, contribui significativamente neste contexto”, avalia Everson Cardoso, supervisor técnico do Dieese-PA.

Calendário

Bruno Cavalcante, outro empresário do ramo das carnes, demonstra preocupação com o calendário das férias de julho deste ano, que serão modificadas devido à realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), entre 10 e 21 de novembro, em Belém. O período que antes era de um mês corrido, agora, passa a ser reduzido na metade, parte em julho e o restante no fim do ano. O objetivo é facilitar o deslocamento e desafogar os fluxos na cidade.

Para o empresário, a nova dinâmica afeta diretamente o consumo, que, no veraneio, é impulsionado pelos passeios e as confraternizações. Mas, ainda mantém a expectativa de superar a média de 15% em lucros alcançadas no mesmo período do ano passado. Este ano, a meta estabelecida por ele é de 20% de faturamento. Ele não avalia que os impactos do novo calendário prejudique os negócios em larga escala, apenas mudam o planejamento anual comum.

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Principais Cortes (preço por kg)

Fraldinha $ 45

Alcatra $ 56

Maminha $ 57

Contrafilé $ 58

Picanha $ 78