Getúlio Vargas morreu no 1º ou 2º governo? Entenda o 'meme' e a história do ex-presidente do Brasil
Político brasileiro entrou para a história do Brasil ao redigir seu "testamento político" momentos antes de morrer

Viralizou nesta terça-feira (2) uma publicação no X (antigo Twitter) onde uma aluna perguntou se o ex-presidente do Brasil Getúlio Vargas morreu no primeiro ou segundo governo do país. O "meme" repercutiu pela inocência da estudante, uma vez que se o político tivesse morrido em seu primeiro mandato do país, não teria como comandar um segundo.
Mas, afinal, quem foi Getúlio Vargas? Veja, abaixo, a história do ex-presidente do Brasil e como foram seus mandatos da ditadura à democracia.
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Getúlio Vargas
Getúlio Dornelles Vargas foi um militar, advogado e político brasileiro. Nascido em 19 de abril de 1882 em São Borja, Rio Grande do Sul, vargas inicialmente interessou-se pela carreira militar e se alistou aos dezesseis anos. No entanto, essa paixão pela área militar mudou de rumo quando ele começou a estudar Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Vargas iniciou sua trajetória política em 1909 como deputado estadual, tornando-se deputado federal de seu estado em 1924. Entre 1926 e 1927, ocupou o cargo de ministro da Fazenda durante o governo de Washington Luís, último presidente da República Velha. De 1928 a 1930, foi governador do Rio Grande do Sul.
Getúlio liderou a Revolução de 1930, que destituiu Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes à presidência, encerrando a República Velha com um golpe de Estado apoiado pelo exército.
Era Vargas (1930-1945)
Primeiro Governo
Com o "poder mãos" Vargas iniciou o primeiro mandato, chamado Governo Provisório, que durou de 1930 até 1934. Apesar da ausência de uma constituição formal, o Getúlio se se destacou pela criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e do Ministério da Saúde.
Segundo Governo
O segundo mandato, chamado de Governo Constitucionalista, foi de 1934 a 1937. Durante esse período, Vargas promulgou uma nova constituição por meio uma assembleia, que introduziu o voto secreto para mulheres, tornou o ensino primário obrigatório e garantiu direitos trabalhistas.
Este governo foi marcado por medidas populistas que renderam grande apoio popular a Getúlio. Em 1937, utilizando o pretexto de proteger o país do suposto Plano Cohen - uma suposta tentativa de tomada do poder por parte dos comunistas, em 1937 -, Getúlio dissolveu a constituição e instaurou o Estado Novo (1937-1945).
De forma ditatorial, com fechamento do Congresso Nacional, assembleias estaduais e câmaras municipais, o governo concedia benefícios aos trabalhadores e para se aproximar deles, ficando conhecido como "pai dos pobres".
Após o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a posição de Getúlio tornou-se insustentável e ele foi deposto por um golpe militar.
Redemocratização no país
Em 1950, Getúlio Vargas foi eleito presidente, marcando o início da redemocratização do país. Durante este governo legalmente reconhecido, Vargas enfrentou intensa oposição e controvérsias. O episódio do atentado da Rua Tonelero, no qual um membro da guarda pessoal de Vargas foi acusado de matar o major Rubens Vaz e ferir o jornalista Carlos Lacerda, tornou seu governo mais uma vez insustentável, perdendo apoio gradualmente.
Quatro anos depois, um ano antes de finalizar seu mandato, ele entrou definitivamente para a história do Brasil ao redigir seu "testamento político" momentos antes de disparar um tiro contra o próprio coração:
“Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”
Assim, Vargas não morreu no primeiro governo (1930-1945), nem no segundo, mas durante o mandato democrático, com seu vice, Café Filho, assumindo o posto.
(*Gabriel Bentes, estagiário sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de oliberal.com)
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