Ziraldo lança almanaque de 50 anos da personagem 'The Supermãe'
A publicação traz tiras, curiosidades, esboços e textos inéditos

No final dos anos 1960, o jornalista, chargista, caricaturista e escritor Ziraldo lançou a personagem com poderes ilimitados e vestimenta inspirada na do Super-Homem. Era a Dona Clotildes, figura bem humorada, de zelo exagerado e apelos melodramáticos de "The Supermãe". Entre os anos de 1968 a 1984, as tiras foram publicadas no Jornal do Brasil e na revista Claudia.
The Supermãe estrela um almanaque comemorativo aos 50 anos de criação da personagem, com tiras, esboços, textos inéditos e curiosidades. O almanaque reproduz essas histórias a partir de artes finais ou de páginas impressas dos originais para registrar a criatividade e o estilo de um dos maiores desenhistas do país.
A ideia de criar um personagem maternal e super protetor só poderia ter vindo do primeiro filho de uma família de sete irmãos, na qual também era o primeiro neto e sobrinho.
"Mesmo com os bons-tratos e os paparicos, aprendeu a se virar sozinho desde cedo e achava muito engraçado seus novos amigos cariocas, que tinham hora de voltar pra casa e morriam de medo da ‘mamãe’", comenta Guto Lins na apresentação da obra. "Ele cuidava dos irmãos, se mandara pro Rio deixando sua mãe chorosa na rodoviária de Caratinga.... e não tinha como não estranhar a falta de independência de ‘marmanjos’ de sua mesma idade. Segundo ele, a semente da Supermãe foi plantada após essa constatação", completa.
Ziraldo
O mineiro Ziraldo Alves Pinto, de 86 anos, iniciou a carreira nos Anos 50, em veículos como Jornal do Brasil, O Cruzeiro e Folha de Minas. Nos Anos 60, conquistou o público com a "Turma do Pererê", a primeira revista em quadrinhos brasileira, e estreou na literatura infantil com o livro Flicts (1969).
Nos Anos 80, lançou "O Menino Maluquinho", um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil, com mais de 100 edições e adaptações para o teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame e cinema.
Entre os muitos prêmios que recebeu estão o SuperPrêmio Andersen da Itália, em 2004, pela edição italiana de Flicts, e o Prêmio Quevedos em 2009, o mais importante do humor gráfico no mundo, pelo conjunto da obra.
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