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VÍDEO: Performance mostra a história dos artistas que trabalhavam no cinema mudo em Santarém

A obra "A Voz do Cinema Silencioso", da multiartista Ana Marceliano Fona, conta a história de Vilma Nunes, avó da criadora

O Liberal

Buscando contribuir com a construção da história das mulheres artistas pioneiras da Amazônia, a multiartista Ana Marceliano Fona produziu e publicou, no YouTube, o média metragem "A Voz do Cinema Silencioso". A performance audiovisual trata dos artistas que executavam a música ao vivo durante a exibição de filmes do cinema mudo entre os anos 1940 e 1960 em Santarém.

Além do acesso ao trabalho na internet, a obra também está sendo exibida de forma presencial em escolas e instituições, com a presença das criadoras Ana Marceliano Fona, performance, e Renata Moreira, câmera, direção e edição.

Ana Marceliano relata que há indícios de que o cinema na década de 40 ainda era quase sempre mudo no oeste paraense, mas não significa que este acontecia no silêncio. O cinema mudo tinha voz, e quem estava responsável por isso eram cantoras e cantores líricos. As películas eram acompanhadas, ainda, por musicistas, como pianistas, violinistas e orquestras de câmara que faziam a trilha dos filmes sem som, ao vivo.

Com a chegada do cinema falado, algumas dessas vozes caíram no esquecimento. Como é o caso de Vilma Nunes, avó de Ana Marceliano.

"Esta performance evidencia um atravessamento entre os tempos históricos. A história se repete, seja em um sentido macro, onde grandes acontecimentos sociais e políticos tornam a se repetir de forma cíclica, quanto em uma dimensão pessoal, familiar, onde em uma mesma família as práticas artísticas continuam a acontecer atravessando gerações. É disto que se trata neste trabalho. O que podemos aprender com a nossa história? O que queremosrepetir?", afirma a artista.

Projeto audiovisual

O projeto foi contemplado com o edital de teatro da Secult, por meio da Lei Aldir Blanc, na categoria solo/performance. Em meio ao contexto pandêmico, o projeto sofreu alterações. Ao final, configurou-se em um formato inteiramente audiovisual, sem descaracterizar o aspecto performático da obra.

O trabalho tem caráter híbrido, já que envolve diversas linguagens artísticas: cinema, música, fotografia e performance. A artista reconstrói, a partir de depoimentos, as memórias de vida da avó Vilma, remontando o tempo de sua juventude, por volta das décadas de 40 e 50, quando cantava nos clubes, rádios e possivelmente no cinema mudo na cidade de Santarém.
Vilma, que nasceu em 1929 e morreu em 2017. Ela viveu entre as cidades paraenses de Santarém e Alenquer, e vem de uma família de artistas. Ela era filha do fotógrafo Apolônio Fona, pioneiro da fotografia santarena, e irmã de Zenaide, Zizita,Renné, Wilson e Íris, todas artistas de Santarém.

Ana Marceliano Fona é artista, professora e produtora, formada pelo curso de Licenciatura Plena em Teatro da Escola de Teatro e Dança da UFPA, e pelo técnico em ator na mesma Instituição. É membro do Dirigível Coletivo de Teatro há 10 anos na cidade de Belém e, há 6 anos, integra o conjunto musical Bando Mastodontes. Há 23 anos como artista e professora ministrou mais de 40 cursos e oficinas, produziu mais de 70 trabalhos artísticos entre o teatro, a música e o audiovisual.

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