Paraense homenageia programas marcantes da TV brasileira em espetáculo virtual
Heder Braga apresenta monólogo inspirado em sua infância no interior do Pará. Apaixonado por programas de auditório, o ator lembra a influência que apresentadores como Hebe, Bolinha, Silvio Santos, Gugu, Angélica, Faustão e Xuxa tiveram em sua formação

Heder Braga nasceu no sudeste paraense, em Marabá, e cresceu em São Domingos do Araguaia, sendo criado pela televisão. O menino paraense ficava hipnotizado pela sua principal fonte de entretenimento, e aprendeu com nomes como Hebe, Bolinha, Silvio Santos, Gugu, Faustão, Xuxa, Angélica, Chacrinha e Márcia Goldschmidt o que era usar seu talento para cativar o público. Hoje, depois de sair do Pará para aprender a ser ator e acadêmico, Heder homenageia seus mestres originais com o espetáculo virtual “O Auditório” que, em uma mistura de realidade e ficção, foi criado a partir do desejo do ator de contar a influência que a TV teve em sua formação.
"Minha família tinha o hábito de sempre prestigiar os programas de auditório, e na infância, tinha essa limitação na região em que eu morava. A gente não tinha muitas possibilidades de entretenimento, como teatro e cinema. A internet não era tão popular, e a gente não tinha acesso a essas facilidades que temos hoje”, conta o ator, que é doutorando em artes cênicas pela UniRio e mestre em Teatro pela Universidade do Porto, em Portugal. “Até os programas infantis, como Angélica e Xuxa, eram programas de auditório, então, eu sempre tive esse fascínio por esse formato”, explica Heder que, com formação artística pelo grupo O Tablado, atua também como produtor e pesquisador.
A peça passou por uma adaptação devido à pandemia e será realizada de dentro de um apartamento, como se a casa se transformasse em um programa de auditório, transmitido pela plataforma Zoom. Durante o espetáculo, o personagem vai interagir com os espectadores e com vídeos de atrações que fazem parte da memória das famílias brasileiras. A ideia é brincar com quadros que ficaram no nosso imaginário, como “Gugu na minha casa”, “Caminhão do Faustão” e “Show do Milhão”. Para Heder, o espetáculo serve para mostrar como a televisão ainda é muito forte no Brasil, mesmo na era Internet, e essa mistura de formatos deixa isso ainda mais evidente. Escrito por Pedro Henrique Lopes, “O Auditório” tem patrocínio do Governo Federal e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc.
O diretor do projeto, Diego Morais, ressalta essa relação oportuna entre TV e internet, pois, para ele, “o mais divertido é que, por uma coincidência dos fatos, o espetáculo, que já misturava a realidade com a ficção, agora se utiliza da linguagem da internet e seus recursos para estabelecer a mesma relação do Heder com a TV na sua infância. Mas, desta vez, é ele quem está na tela e invade a casa do seu público”, conta.
“Eu costumo dizer que a TV é a mãe dessas coisas todas que a gente consome hoje, essas plataformas de streaming, essas séries, tanto que temos chamamos algumas dessas produções de canais, como no YouTube”, analisa Heder sobre essa sinergia entre os veículos de comunicação “Esse é um formato moderno, de entender a televisão dentro de uma nova configuração social”, explica Heder Braga, o apresentador de sua própria história.
Serviço:
O Auditório
Dias e horários: 24 e 25/04, às 20h.
Ingressos: gratuitos, com retirada em sympla.com.br/oauditorio
Classificação: livre
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