'Palco Giratório' chega a Belém com espetáculos para diversão e reflexão
Programação ocorre de 7 a 24 de maio, ocupando diferentes espaços da capital com espetáculos que divertem e provocam reflexões sobre temas relevantes
A força das artes cênicas brasileiras pulsa no “Palco Giratório”, que nesta 27ª edição apresenta uma programação diversificada com teatro, circo, dança e rodas de debate. O projeto vai percorrer 96 cidades até dezembro, reunindo 16 grupos de 15 estados do país. No Pará, a programação ocorre de 7 a 24 de maio, ocupando diferentes espaços da capital com espetáculos que divertem e provocam reflexões sobre temas relevantes. A programação completa, incluindo informações sobre ingressos, está disponível no site e nas redes sociais do Sesc no Pará.
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Em entrevista ao Grupo Liberal, a artista Assucena Pereira, que integra o espetáculo “LERYGOU – A PRINCESA DO PITÚ”, destacou que o teatro permite tratar o racismo com seriedade, mas de maneira leve e bem-humorada. A encenação está marcada no dia 10 de maio, às 19h, no Teatro Isaura Campos, no bairro do Reduto.
“Encontrei na palhaçaria esse lugar mais seguro de como falar sobre o racismo sem que seja doloroso para mim. Denunciar o que tem que denunciar, mas também rir, festejar, brindar, celebrar junto com a galera e lembrar que a gente também tem muitas vitórias para celebrar”, diz Assucena.
Sobre a peça, ela afirma que sua atuação parte da celebração e do riso coletivo, não do sofrimento. Ao tratar o racismo com leveza e deboche, ela inverte o constrangimento histórico imposto à população negra e o direciona à branquitude, provocando reflexões sobre dívidas históricas e desmontando mitos como o do “racismo reverso”
Caracterizada da personagem Elsa, a princesa branca e nórdica do filme “Frozen”, Assucena observa que provoca uma reação inesperada no público devido o contraste com seu corpo preto e gordo. “Eu gosto dessa quebra de expectativa, até porque depois vem a denúncia, seguindo para a gente novamente rir e celebrar junto”, diz a artista.
Outra peça incluída na programação é “Aptá”, com artistas do estado de Minas Gerais. A encenação é uma obra de dança-teatro que mergulha nas complexas relações familiares, unindo movimento, palavra e silêncio de maneira única. O espetáculo explora a conexão emocional entre Bernardo e seu filho Manoel, que está dentro do espectro autista, e reflete sobre os desafios, as emoções e os laços entre eles.
A peça também perpassa a presença de Carlos, o pai de Bernardo, que faleceu durante o processo de criação da obra. Assim, o espetáculo se configura como um poderoso encontro entre três gerações - avô, pai e filho - e propõe uma reflexão profunda sobre o afeto, as perdas e o inesperado da vida.
Palco Giratório
O circo é o grande homenageado desta edição, com destaque para a Escola Pernambucana de Circo e sua líder, Fátima Pontes, à frente do projeto há 27 anos na periferia do Recife. Desde seu lançamento em 1998, o Palco Giratório já contou com a participação de 412 grupos artísticos de todas as regiões brasileiras, oferecendo cerca de 10.000 apresentações a um público estimado em mais de 5 milhões de espectadores. O projeto é reconhecido como um importante meio de difusão e intercâmbio das artes cênicas no Brasil, promovendo a formação de plateias e a circulação de espetáculos dos mais variados gêneros.
Programação
A programação inicia no dia 7 de maio, às 19h, no Sesc Teatro Casa Isaura Campos, com o espetáculo “Querem Caferem?”, da artista paraense Romana Melo. Nos dias 8 e 9 de maio, sempre às 19h, o Teatro Waldemar Henrique recebe o espetáculo “Divagar e Sempre”, com o Grupo Las Cabaças, também do Pará.
No dia 9 de maio, às 16h, o Sesc Casa de Artes Cênicas promove o “Pensamento Giratório”, uma roda de conversa sobre a criação do espetáculo “Divagar e Sempre”, com participação do mesmo grupo.
No dia 10 de maio, às 19h, o espetáculo “Lerygou – Princesa do Pitiú”, com Assucena Pereira (PA), será apresentado no Sesc Teatro Casa Isaura Campos. Em 11 de maio, também às 19h, o Teatro Waldemar Henrique exibe “Parto Pavilhão”, com Aysha Nascimento, Naruna Costa e Jhonny Salaberg, de São Paulo.
No dia 12 de maio, às 19h, o Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso recebe a apresentação de “A comédia da esposa calada que falava mais que papagaio na chuva”, com o grupo Palhaços Trovadores (PA).
A programação segue no dia 14 de maio, às 19h, com o espetáculo “Na Beira”, da Cia Moderno de Dança (PA), no Sesc Casa de Artes Cênicas. No dia 15 de maio, às 19h, o Teatro do Sesi recebe “Aptá”, com o Grupo Esparrama! (MG). No mesmo dia, às 16h, ocorre mais um “Pensamento Giratório”, agora com a Escola Pernambucana de Circo (PE), no Sesc Casa de Artes Cênicas.
No dia 16 de maio, às 19h, será apresentado o espetáculo “Circo Science – do mangue ao picadeiro”, da Trupe Circus/Escola Pernambucana de Circo (PE), no Teatro Universitário Claudio Barradas. No dia 17 de maio, também às 19h e no mesmo local, o Grupo Pavilhão da Magnólia (CE) apresenta “A Força da Água”.
No dia 18 de maio, às 19h, o Sesc Teatro Casa Isaura Campos recebe o espetáculo “Umbigo”, com o grupo Ozinformais, de Alagoas.
Nos dias 19 de maio, às 14h, e 20 de maio, às 18h, o Grupo Dimenti Produções Culturais (BA) apresenta “Biblioteca de Dança” no Sesc Doca e no Sesc em Ananindeua, respectivamente.
No dia 21 de maio, às 19h, o Teatro do Sesi sedia o espetáculo “Fica comigo”, com o Grupo Ateliê do Gesto (GO). Em 22 de maio, às 19h, o Teatro Universitário Claudio Barradas exibe “Fiandeiros de Tempos”, com o Coletivo Iluminar (AC).
Encerrando a programação, nos dias 23 de maio, às 16h, e 24 de maio, às 10h, o espetáculo “Ané das Pedras”, da Coletiva Flecha Lançada Arte (AC), será apresentado na UFPA e no Museu Paraense Emílio Goeldi, respectivamente.