Oficina fortalece a representatividade da arte drag em Belém

O projeto “Oficina Drag: um corpo político de intervenção” será realizado de 24 a 28 de outubro, na Casa das Artes em Belém

Thainá Dias

O projeto “Oficina Drag: um corpo político de intervenção” foi premiado através do edital da Fundação Cultural do Pará de incentivo à Arte e à Cultura no ano de 2022 e surge como um espaço de criação e experimentação da arte drag, utilizando como ferramentas educativas a maquiagem artística. A oficina será realizada de 24 a 28 de outubro, de 14h as 18h, na Casa das Artes, em Belém. E busca construir um lugar privilegiado de combate ao preconceito e discriminação contra pessoas LGBTQIA+, utilizando para tal elementos lúdicos e satíricos associados a figura da Drag Queen.

Segundo o organizador, Leonardo Botelho, do coletivo Drag La Falleg Condessa, “a oficina também atuará como espaço de negociação de interesses públicos, promovendo reflexões acerca do corpo político das Drag Queens, que surge como fenômeno afirmativo de resistência, divergindo dos padrões binários de gênero, apresentando-se como corpo fluido que transversaliza as dicotomias vigentes. Durante a oficina, os aprendizes terão contato com materiais didáticos diversos, como vídeos, textos, fotografias, músicas, filmes e documentários que tratam do universo drag queen. No campo teórico, vamos propor um diálogo sobre o percurso histórico dos atores transformistas em nível global, passeando pelo surgimento desses artistas no Brasil e debruçando-se sobre a cena drag na Amazônia, especialmente a existente na capital paraense”, explicou.

Entre os temas ministrados na oficina estão, o histórico do surgimento da arte drag; arte drag no Brasil; arte drag na Amazônia; arte drag em Belém do Pará; Movimento das Themônias (grupo de artistas drags independentes da capital paraense); importância da drag queen na efetivação do direito à cidade; construção do corpo político-identitário da drag queen; drag queen e o corpo democrático; arte drag e os direitos LGBTQIA+.

Ainda segundo Leonardo, “a maquiagem artística é o elemento que identifica a persona drag, nossos alunos irão aprender, durante as aulas práticas, técnicas de maquiagem e pintura, fazendo uso de materiais convencionais (produtos próprios da maquiagem artística como base, sombra, pó, etc) e não convencionais (tinturas, papel, pigmentos, etc.). O processo de maquiagem será experimental”, destacou.

Leonardo destaca que o projeto é “relevante pois cria um espaço de aprendizagem, onde se experimentam técnicas de maquiagem artística, e tem a cultura drag como fio condutor desse processo. Propõe a transformação do pensamento pelo reconhecimento das diferenças, com objetivo de gerar inclusão social da comunidade LGBTQIA+, sendo, portanto, um lugar de fortalecimento das diversidades. Através dessa plataforma artística pretende-se contribuir para a transformação da sociedade, sendo o respeito, a empatia e dignidade da pessoa humana, alicerces de todo o projeto. A oficina é mais um espaço de representação das filosofias de vida que envolvem a cultura LGBTQIA+ e do universo inspirador que são as diversas formas de fazer drag. É um lugar de construção de saberes, de compartilhamento de afetos e de organização social. Um espaço de debate público acerca das subjetividades humanas, especialmente da comunidade LGBTQIA+”, concluiu.

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