Novela 'Travessia' discute tema da assexualidade em horário nobre

Personagem ‘Rudá’ faz o público refletir e procurar saber mais sobre o tema

Thainá Dias

A novela "Travessia", transmitida pela Rede Globo em horário nobre, vem levantando uma questão muito importante de gênero: a assexualidade. Através do personagem Rudá (Guilherme Cabral), filho de Guida (Alessandra Negrini) e sobrinho de Leonor (Vanessa Giácomo), as pessoas vão poder refletir um pouco mais sobre essa condição, que se encaixa na comunidade LGBTQIA+. A mãe e o padrasto, Moretti (Rodrigo Lombardi), passam a pressionar o adolescente a namorar. A socióloga e professora da Universidade do Estado do Pará (UEPA) Rachel Abreu, fala um pouco mais sobre o tema e a importância dele ser debatido na televisão, um grande veículo da cultura e da comunicação em massa.

VEJA MAIS

image O que é assexual estrito? Entenda sobre a condição do adolescente Rudá, de ‘Travessia’
A discussão sobre a falta de atração sexual será um dos temas tratados na história do personagem da trama

image ‘Travessia’: qual a idade de Jade Picon? Saiba tudo sobre a personagem Chiara
A jovem é um dos destaques da novela e se envolve com Ari, o noivo da protagonista Brisa

image 'Travessia': qual a idade de Lucy Alves? Saiba o que acontece com Brisa
A novela encerrou a semana com a protagonista sendo linchada por uma multidão por causa de uma deepfake

Segundo a socióloga, antes de tudo, é preciso compreender que a sexualidade não é uma escolha, e sim uma condição. “Depende muito da circunstância do contexto, né? Então não é para pensar como se fosse uma escolha. Como é que as pessoas que se dizem assexuais pensam? Trata-se da falta de desejo sexual. Não é uma questão ideológica ou questão de gênero. Não sentir desejo por alguém, não significa dizer que essa pessoa não possa sentir afeto ou carinho. As pessoas podem ser românticas, seja com homem ou com mulher, ela só não vai ter aquele desejo que geralmente existe nas relações. Nós somos criados em uma cultura que nos diz ser normal ter o desejo sexual quando você tem algum romance, seja ele hétero ou homossexual. A assexualidade não é uma doença”, explicou.

A socióloga ressalta ainda que a “novela, quando traz essa questão para as telas, ou seja, para a sociedade, ela quer que as pessoas vejam que essa condição existe. Nós temos que pensar que nós podemos exercitar os nossos desejos ou não a partir das nossas identidades, a partir das nossas condições, a partir do que nós queremos. Então é uma discussão que você não vê de forma comum nas rodas de conversa. Por isso é tão importante ela ser discutida em horário nobre, em boa audiência. Porque a partir da compreensão dessa condição, que ela existe, vale ressaltar que precisamos ter essa relação de respeito com a diversidade que se apresenta. Segundo o IBGE, a estatística dos assexuados no Brasil é 0,1 % mas existe! E se existe, é preciso ser falado, discutido, explicado e respeitado!”, destacou.

Rachel explicou também que as pessoas consideradas assexuadas podem sentir desejo sexual em algum momento por um dos sexos. “Precisamos entender que a sociedade é dinâmica. Somos seres humanos, pessoas interessantes cercada de outras pessoas interessantes. O desejo pode acontecer ou não. E a cultura pode ser essa ferramenta brilhante e representativa de fazer essa valorização acontecer”, concluiu a socióloga.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA