Norte Tattoo Festival recebe cerca de sete mil pessoas neste final de semana

Pelo menos sete mil pessoas já passaram pelo Norte Tattoo Festival durante os dois dias de evento, que ocorreram no sábado, 23, e ontem 24, nas dependências da Fundação Cultural do Pará (FCP), o Centur. Com estandes de tatuadores e body piercers de todo o país, a programação contou com apresentação da técnica japonesa de fazer tatuagem com o uso de tebori, competições de tatuagem, concurso de cosplay e apresentações musicais.

Organizador do evento, Ramon Tattoo explica que o principal objetivo da iniciativa é quebrar as barreiras preconceituosas acerca do universo das tatuagens e incentivar o segmento no Pará. "Cada ano o festival fica maior. Cada ano a gente se esforça pra trazer um diferencial no segmento e reduzir o preconceito das pessoas com tatuagem", explica. "Como esse pensamento preconceituoso tem reduzido, as pessoas também têm se tatuado mais, o que reflete no público do festival. A tatuagem é pra todos os públicos e profissões, pra todas as classes sociais", ressalta.

O Norte Tattoo foi a chance do universitário Rodrigo Cardoso, de 27 anos, fazer a maior e mais visível tatuagem do corpo, com um profissional que já admirava. "É a primeira vez que faço uma tatuagem no festival e curti muito porque são várias opções com profissionais muito bons de todo o país e também ótimos tatuadores que representam o Pará aqui", conta ele, que tatuou uma arte do tatuador paulista conhecido como Zoio, que é especialista na técnica do realismo.

Premiado em uma edição passada do festival, Zoio explica que, com a tatuagem de Rodrigo Cardoso, vai tentar novamente levar uma premiação no evento. "É o segundo ano que participo do Norte Tattoo. Já fui premiado com uma série de desenhos e retreat", lembra. "Trabalho com vários estilos mas o meu forte é realismo e preto e cinza", acrescenta.   

O festival também foi a oportunidade para que a gerente de um espaço cultural de Belém, Débora Santos, de 20 anos, tirasse do papel a arte que já planejava marcar na pele há dois meses. "Nós já vínhamos planejando essa tatuagem há um tempo e vamos competir com ela no estilo neo-tradicional", conta ela, que desenhou uma enorme cigana nas costas e já soma seis tatuagens.

O responsável pela nova tatuagem de Débora foi o tatuador paraense Yuri Brito, dono do Emporium Ink. Ele conta que participar de eventos como o Norte Tattoo Festival é uma oportunidade de aprendizado. "Aqui temos a oportunidade de fazer tatuagens que não fazemos no dia-a-dia em estúdio. Podemos apresentar grandes trabalhos, tatuagens mais elaboradas e dar o nosso melhor pra tentar conseguir ganhar a competição", comenta.

Além das tatuagens como foco central, o cosplay - que consiste em se vestir à caráter de um personagem da cultura nerd - também entrou em cena no festival. Pelo segundo ano consecutivo, a programação fez parceria com o movimento de cultura pop +Geek Pará. Com personagens como Coringa, O Máscara, Ravena e o cantor Fred Mercury, por exemplo, trinta candidatos participaram da competição para eleger o melhor cosplay do evento. 

"Nós somos como uma família. Nosso objetivo é incentivar a cultura geek entre os jovens. Principalmente entre aqueles que não têm tantas condições assim de se fantasiar ou participar de eventos, que são todos gratuitos", conclui a coordenadora e fundadora do projeto, Ariane Caldas.