CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Festa da Chiquita: Elói Iglesias fala sobre a luta de retornar ao local de ‘origem’

Em entrevista exclusiva ao oliberal.com, artista contou sobre a comemoração de 45 anos do evento e necessidade de retornar a festa ao entorno no Bar do Parque

Bruna Dias
fonte

Gay, artista e dono de uma carreira brilhante, Elói Iglesias esbanja carismas, e falas importantes para a comunidade LGBTQIA+, além de compartilhar momentos marcantes da sua caminhada íntima e musical. Em bate papo com oliberal, o cantor falou sobre a Festa da Chiquita, do qual é organizador, e todas as problemáticas que envolvem o evento deste ano, o principal deles: local para a realização do evento.

Para este ano, a Festa da Chiquita está na sua 45ª edição, com o tema “Origem, renascendo das cinzas”, Elói Iglesias quer a volta das suas origens: que a festa retorne ao Bar do Parque. O impasse ainda terá definição nos próximos dias. 

A Festa da Chiquita é "um baile com caráter de resistência, de contestação, de busca de espaço e reconhecimento social pelos homossexuais", definido assim pelo relatório do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), quando deu ao evento título de patrimônio cultural imaterial brasileiro. Por aqui, a Lei N° 9.025, de 17 de março de 2020, declarou como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, a Festa da Chiquita. 

Elói Iglesias bate papo exclusivo com o oliberal.com (Fotos: Ivan Duarte)

Na noite que antecede o Círio de Nazaré, as prostitutas, gays, lésbicas, trans e travestis se ‘montam’ para a noitada que ganha a madrugada! 

Veja a conversa com Elói Iglesias:

O que tu podes falar dos preparativos desta edição histórica?

Na verdade a ‘Origem’, ela nasce nesse território que ela foi reconhecida, próximo ao Bar do Parque. A festa desceu, foi para a avenida Assis de Vasconcelos, onde, realmente, fica um espaço mais aberto. Durante a reforma do Bar do Parque não tinha condições de ficarmos lá, então, na ocasião, foi chamado o Iphan, o Prefeito, junto com outras autoridades, para que não perdêssemos esse reconhecimento e tombamento com a mudança de local. Mas hoje, como a festa é a ‘origem’, estamos querendo voltar para o lugar de origem dela, que é na frente do Bar do Parque, justamente onde a Santa passa. Nós queremos ver a Santa, porque a Festa da Chiquita é uma homenagem a Nossa Senhora de Nazaré, assim como existem as homenagens dos bancos e das empresas nesse perímetro. Nós somos, uma comunidade e queremos homenagear Nossa Senhora de Nazaré, porque faz parte da nossa cultura. Esperamos que tanto o governador Helder Barbalho, que já a ganhou o ‘Veado de Ouro’ (premiação da festa e de grande relevância dentro do movimento LGBTQIA+), assim como o Prefeito Edmilson Rodrigues, que também já foi premiado, nos ajudem com isso. Não é possível que eles não defendam esse retorno. E também espero que os gestores de cultura, tanto do Estado, quanto do Município, lutem para que mantenhamos esse nosso reconhecimento. Acredito que essas, as maiores autoridades de Belém e do Pará, façam valer as suas premiações.

Como serão as premiações desse ano? Quem vai receber o ‘Veado de ouro’?

(Risos) A gente pega os dossiês das pessoas! Sabemos que tem muita gente importante. Mas temos alguns nomes já! 

A Festa da Chiquita é reconhecida nacionalmente e internacionalmente, como uma das mais importantes da cultura popular e do público LGBTQIA+, achas que sociedade e o poder público enxergam essa festa com toda essa importância?

A Festa da Chiquita é da cultura do nosso Estado, ela já atravessou fronteiras, tem pessoas de outros países que vem participar. Nós vamos fazer 45 anos de festa, não é possível que as pessoas não enxerguem que ela já está no DNA da cultura do Pará. Sabemos que ela é dos movimentos sociais, e é muito importante que eles estejam ai, para que todos possam discutir essa liberdade. A Festa da Chiquita vem para discutir o amor.

Para quem não conhece a Festa da Chiquita, o que você falaria para essas pessoas?

É muito difícil alguém não conhecer a Festa da Chiquita, porque ale faz parte de toda a memória do paraense. Essas pessoas estão perdendo tempo! Por exemplo quem está no ‘armário’ (expressão usada para evitar o reconhecimento de alguém homossexual), que ainda não quebrou o ‘armário’, é o momento delas se reconhecerem, pensarem nisso. Elas precisam viver intensamente a sua liberdade. Eu espero que essas pessoas venham esse ano, no 45º ano, na Chiquita Fênix, vamos ressurgir das cinzas. É sinal que está na hora da gente renascer. Viva ao renascimento! É importante que as pessoas venham participar dessa grande festa, confraternização! 

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Música
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM MÚSICA

MAIS LIDAS EM CULTURA