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Compositor Renato Torres lança doze músicas em plataformas digitais e realiza show no Sesc Boulevard nesta quinta-feira

Show começará a partir das 19 horas com entrada gratuita para trabalhadores do comércio e dependentes

Walter Freitas, da Redação Integrada
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Independência não é lá uma palavra muito brasileira. Vivemos farsas e dissabores, a cada tentativa. Claudicamos, às vezes. Repetimos a experiência e nos esforçamos por inventar um estado assemelhado ou semelhante a ela. Debalde! Frente às adocicadas armadilhas da perenidade funcional, vamos elegendo trajetórias, descaminhos, rotas, viagens, desenredando as tramas de uma teia (quase) inexorável. Nos resta a resistência, tão próxima (por milagre ou desafio) da desistência – em nosso irretocável vocabulário –, ainda que mutuamente se bicando ambas no terreno movediço das paixões humanas.

E é de resistência (e sua rima com independência), talvez, que a vida se traveste em sonho e que prodigiosas, embora nem tão extensas, redes de afeto são estendidas na maresia do presente. Nada é passado ou futuro. Tudo se cria e tudo se performa.

Renato Torres não luta. Porque de ofício canta. Sua voz é artifício de sua alma. Desarmado compositor! Porque é um destes transformadores do minuto e do silêncio cuja presença vai-se tecendo sem pressa e para trás deixaram a sombra da guerra. O que constrói, naquilo que denomina de projeto de vida, são faces de alumbramento, num sorriso desabrochado e esplendoroso que reluz audacioso sua própria criação.

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Simplesmente ousa-se e assim ousando-se desdobra-se. Resiste desfazendo-se. Para renascer-se. E ao reinventar-se mergulha em si, brincante, peri-feérico, do mundo para o Guamá. E de seis anos de acalanto, os últimos, recria a metáfora da água, rompendo a linha do espesso rio para a liberdade do ar, em pleno voo de um meio-dia, o peixe pulsátil da canção transposto em pássaro de poesia.

Galga as esferas do sonho, como queria e planejou, e do mar inerte-calmo-encapelado da vida para todos nós traduz o onírico desejo. São tempos e lugares de navegações, aconchegos, esperanças, corações. A água inunda os espaços e dela podemos debulhar – todos nós, anfíbios – os ares revigorados da música, estratosferas, galáxias de comunicação direta, os timbres reencontrados sem pudor, um universo revigorado e uma réstia de liberdade.

Eis a independência recolocada na pauta, redesenhada na partitura, ressignificada no pentagrama. Um sol na palavra, o mar feminino, a solidão de todo mundo, o futuro novamente inteiro, a lenha acesa no coração, o repentino sino, os sonhos vazios e os medos tão frágeis, as três madalenas que moram no mar, a madrugada calada, a palavra amanhecer...

Eis o instante remarcado na intimidade do ser e repensado na continuidade da comunhão entre notas, acordes, sons, sílabas, palavras, significantes e significados, pessoas, brasis.

Renato Torres repensa a independência, em sua confabulação íntima com a liberdade, e abre seus portais às possibilidades de aproximação entre eras amazônicas – várias delas umbrosas, mal percebidas, esquecidas, marginalizadas – de criação artística, vislumbrando cumplicidades entre as linguagens e personalizando seu roteiro de vida (e inventividade) com as marcas preciosas de uma humanidade pela qual todo o planeta ainda anseia.     

Vida é Sonho

“A ideia era reunir canções que falassem dessa dimensão essencial da existência, traduzida pela visão dos artistas e presente em cada ser humano. Um impulso natural, e vital, pela transcendência, pela afirmação do poder da imaginação e da poesia em detrimento de uma dimensão imperativa da realidade material.

Realizei o espetáculo "Vida é Sonho", em 2012, primeiro projeto consistente de minha carreira solo, para experimentar o repertório, e em seguida gravar o que seria este primeiro CD.

O processo atravessou diversas mudanças: surgiu o Brincante, personagem que encarno hoje em diversos projetos; lancei "Perifeérico", meu primeiro livro de poemas, em 2014; criei o Guamundo, meu estúdio caseiro.

Quem me conhece sabe que compor canções me é tão necessário quanto respirar. Acredito na canção como a condensação palpável, vibrátil, de uma conexão espiritual entre as pessoas, tanto de quem compõe junto, como entre quem toca e ouve. Considero mesmo que a derradeira e fundamental etapa para a composição de uma canção é o momento ritual em que se toca/ouve. A canção é um pássaro em voo e suas asas abrigam todos. Uma casa onde se vai morar - talvez pra sempre”.

SERVIÇO: Show de lançamento “Vida é Sonho”, de Renato Torres
Nas plataformas digitais Spotify, Deezer e Apple Music
Data: 17 de janeiro
Hora: 19 horas
Local: Sesc Boulevard
Endereço: Boulevard Castilho França, 522/523
Contatos: (91) 3224-5305 / 3224-5654
Trabalhadores do comércio e dependentes: Entrada franca
Público em geral R$ 2,00

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Música
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