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Brenda Moraes segue o legado musical da "Rainha da Saudade"

Filha de Cleide Moraes encontrou na música força e uma nova profissão depois da morte da sua mãe

Bruna Dias
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Há pouco mais de um ano Brenda Moraes assumiu um novo papel profissional, o de cantora. Filha de Cleide Moraes, a “Rainha da Saudade”, ela usou dessa última palavra para se reconstruir e dar um novo sentido para a sua vida. Foi após a morte da sua mãe, no dia 26 de julho de 2020, em um acidente de trânsito, que Brenda se reergueu e se assumiu como cantora. 

“Comecei a cantar por um pedido do Cleide Mania, fã clube da minha mãe. Antes, fazíamos juntas eventos de amigos e familiares, mas nada profissional. Nas férias, por exemplo, naquelas barracas em Mosqueiro, que sempre gostamos muito, cantávamos, já passamos por quase todas. A partir desse momento de luto e saudade, comecei a cantar. Na época, em 2020, só podia cantar em live. Então fui pedindo ajuda às pessoas, mas era meio acanhada e perdida, ainda não tinha essa voz sonora, mas comecei a galgar essa carreira”, contou.

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Na ocasião, Brenda cantava as músicas que marcaram a carreira de Cleide Moraes: bolero, músicas românticas e brega saudade. Porém, hoje ela se descobriu no samba, mesmo que o ritmo já estivesse no sangue. “A minha voz é parecida com a dela, mas não sou a minha mãe. Quem me dera! Mas como as pessoas sentem saudade, acabam transmitindo esse amor para mim, carinho e atenção. Isso é muito bom, amo ouvir as histórias de relacionamentos e que marcaram as vidas das pessoas que foram embaladas pela voz da minha mãe”, contou emocionada.

Mesmo com tanta referência dos ritmos cantados por Cleide Moraes, Brenda conta que a mãe começou junto com o seu avô com uma banda de chorinho no Jurunas, mas o mercado pediu que ela fosse para a saudade. Em 2021, com o rosto da mãe estampado no peito, Brenda Moraes conquistou o IV Festival Nova Geração do Samba Paraense. Ela cantou “Homem de Fé”, composição dela e Toninho Tavernard. A canção venceu as três categorias que disputava: Melhor Música, Melhor Intérprete e Aclamação Popular via internet. Foram 84 sambas inscritos.

Além disso, Brenda é intérprete da Escola de Samba Rancho Não Posso me Amofiná. “Isso é um sonho. Com essa veia artista consegui cantar na minha escola de samba”. Um sonho realizado por ela, mas que era da sua mãe, foi cantar no Theatro da Paz. No fim de 2021, foi realizado um tributo à cantora, com a participação de Lídia Ronecy, Miguel Marks, Sandra Rodrigues, Yuri Guedelha, Vera Salgado, Waldécio, Sandra Duailibe, Haroldo Reis, Diego Xavier, Gigi Furtado e Lucinnha Bastos. “Nós representamos a minha mãe neste dia. Foi um sonho que ela não conseguiu, mas estávamos lá por ela, fazendo com que a memória dela fosse viva, e hoje, ela é viva a todo momento”.

HOMENAGEM

No dia 2 de maio, a Praça Amazonas, localizada no bairro Batista Campos, passou a se chamar Cleide Moraes. Esse legado deixado por ela vai muito além de material, Brenda resolveu colocar o nome da sua filha de apenas 4 meses de Maria Cleide, nome da sua mãe. De acordo com ela, os sinais da vida mostravam que era isso que devia ser feito. Inclusive a pequena não pode escutar a mãe ensaiando que já fica atenta aos sons e movimentação na sua casa. Brenda também é mãe de Pietro e Valentina.

Entre tantos sonhos e planos, a cantora encontra no legado da mãe mais uma força para sua caminhada. E não foi só a música que ela deixou para os fãs, foi uma amizade. Brenda conta que Cleide tinha uma relação intima com o público de conversa e bem participativa. Sendo porta voz desse legado, Brenda não esconde a emoção de falar da mãe, e mais que isso, ela vai às lágrimas ao lembrar de tantas batalhas vencidas nessa luta diária por Justiça e lembrança de Cleide Moraes.

“O que mais me move é a saudade que eu sinto dela, tudo isso é para suprir algo dentro de mim. Aqui em casa sinto falta do cantarolar dela. Isso me dói muito... Minha luta todos os dias é para que ninguém esqueça dela, essa é minha vontade, o motivo pelo qual eu canto, pela minha luta por justiça. A saudade faz com que eu faça coisas que nunca imaginei. Tenho um grande medo que as pessoas esqueçam dela, e quero que isso não ocorra, mesmo que as pessoas lembrem dela através de mim”, conto Brenda entre lágrimas.

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