Alok afirma que a apresentação em Belém deu destaque à cidade para o Brasil e o mundo
O artista afirma que está em negociação para uma apresentação durante a COP30.

Alok se prepara para escrever uma nova história em sua carreira. O DJ levará sua turnê Áurea para uma edição especial no Estádio do Pacaembu, no dia 28 de junho, em São Paulo. A apresentação, que já ocorreu em Belém, será ainda mais grandiosa justamente após o show gratuito na capital paraense.
“O que eu levo de Belém é um sentimento eternizado. Se a gente não tivesse feito o show aí, essa apresentação de São Paulo seria completamente diferente em várias tomadas de decisão. O show de Belém elevou a nossa régua para um outro patamar, e toda a integração que fizemos vamos continuar usando. Por exemplo, em Brasília (abril de 2024) não teve drones, mas em Belém teve. Agora é impossível fazer uma apresentação sem os drones, os shows passaram a exigir isso”, disse o DJ em coletiva de imprensa online.
Na apresentação de Belém, em novembro de 2024, o artista se apresentou de forma gratuita para mais de 250 mil pessoas no estacionamento do Mangueirão, iniciando a contagem regressiva para a COP30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas). Na ocasião, foram usados mais de 500 drones. Joelma, Gaby Amarantos, Viviane Batidão, Pinduca, Zaynara e DJ Elison foram os convidados.
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Além disso, Alok usou uma estrutura que contou com mais de cem toneladas de equipamentos, palco giratório com visão 360º a uma altura de quase dez andares, 400 refletores e mais de dois mil painéis de LED.
O show marcou a trajetória artística do DJ, que já negocia seu retorno: “Está rolando, talvez eu volte para Belém, fazer alguma coisa na COP. Ainda não está definido. Mas ali, com certeza, estou preparado para fazer um show maneiro!”.
Alok doou o valor integral do cachê para a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Além disso, ele anunciou o programa "Planeta Verde", com investimento de R$ 1 milhão em ações ambientais de preservação de florestas no Pará.
“O que eu fiz em Belém foi muito focado na regionalização, foi muito maneiro. A exposição que a gente deu para o Brasil e o mundo, mostrando a forma local”, disse.
Para o show no Pacaembu, a apresentação contará com 50 dançarinos do Urban Theory, que vão criar, junto ao time criativo de Alok, uma nova coreografia que deve interagir com 600 drones, efeitos especiais inéditos e quatro mil placas de LED, formando uma arte viva gigante que celebra a imaginação humana. Os artistas indígenas Mapu Huni Kuin, Owerá e Bro’s MCs integram o espetáculo em um dos blocos mais intimistas, reafirmando o compromisso da Áurea Tour com a sustentabilidade do planeta.
Com a grandiosidade da apresentação, Alok traz para o debate o uso da IA na música, cultura e rotina. “A arte tem o poder de moldar o nosso futuro através de um imaginário coletivo. No cinema, você vê sempre um futuro retratado com carros voadores, cidades de neon, e sem nenhuma natureza — uma coisa meio apocalíptica. Mas a gente entende que a arte vai moldando o nosso olhar para esse lugar, e quando a gente começa a ver coisas que antes eram apenas ficção científica, elas passam a se tornar realidade. Essa nova geração nem imagina que isso poderia ser ficção científica — ela já nasce integrada nisso”.
“Na construção do nosso show, a gente sempre busca passar essa mensagem. E tem um momento em que trazemos o conceito do porquê de o Futuro Ancestral estar ali. Inclusive, na formação dos nossos drones em Belém, a gente fazia toda uma parada: tinha uma máquina, ela entrava em uma sucção, a gente resetava todo o sistema e criava uma árvore. As coisas ficavam mais tranquilas e entrava o Futuro Ancestral. A gente tem essa forma de contar essas narrativas tentando trazer a importância de pensar em um futuro que precisa ser possível e sustentável”, acrescenta.
“O Futuro é Ancestral” é um projeto idealizado por Alok, desenvolvido junto aos povos ancestrais. Ele conta com mais de 500 horas de gravações e tem participação de mais de 60 músicos indígenas, de oito etnias diferentes. “O Futuro é Ancestral” é um álbum autoral que visa difundir a riqueza e a diversidade brasileira, e terá os royalties revertidos aos músicos indígenas.
A música “Pedju Kunumigwe”, que conta com a colaboração dos Guarani Nhandewa, faz parte desse projeto e foi indicada na categoria de Melhor Performance de Música Eletrônica no Grammy Latino 2025.
“A gente não estava planejando esse show agora, mas após a repercussão do Coachella, revimos nossa estratégia. Vai ser um show diferente até para a gente, ainda está em desenvolvimento, bem diferente do Coachella. Ainda não posso falar os convidados, mas serão muito legais, meio disruptivos, que fazem sentido para o contexto. Terá show de abertura também”, antecipa.
A apresentação no Coachella teve um vídeo postado nas redes sociais com o ensaio do grupo de dança Urban Theory, que ultrapassou a marca de 80 milhões de visualizações em poucos dias e gerou US$ 1,2 milhão em EMV (Equivalência de Marketing de Valor).
“Para você fazer arte, precisa de alma. Não trato a tecnologia como inimiga, mas como aliada. É um momento de resistência, de se posicionar. Nós, artistas, temos que fazer a manutenção da cultura. Não há debates sobre a segurança da IA. Nem quem a inventou sabe as consequências. Quando começa a atingir a minha área, minha cultura, tenho que me posicionar, tentar integrar e não tirar o nosso lugar. Como sempre usei a tecnologia a favor da minha carreira, tenho propriedade para falar. Os drones, por exemplo, são todos programados — a criação é guiada por humanos”, refletiu Alok.
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