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Alceu Valença aproveita facilidades da internet durante a quarentena

Musico também revelou que passa os dias em isolamento social tocando violão e relembrando músicas do passado

Agência Estado
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Como diz na letra de Cabelo no Pente, Alceu Valença andou pisando pelas ruas do passado. Mas sem sair de casa. O cantor e compositor de 73 anos está resguardado em sua residência no Rio de Janeiro e passa a quarentena tocando violão, lembrando-se de músicas que estimulam recordações de lugares onde ele esteve. "Fico o tempo todo viajando nessas histórias", conta Alceu, que também está fazendo lives.

O músico revela que passou a tocar violão todos os dias desde o início da quarentena. “Quando morei em Paris, no fim dos anos 1970, não tinha o que fazer e ficava tocando violão. Agora, o dia todinho sem ter o que fazer, fico tocando coisas do meu repertório e algumas coisas de Luiz Gonzaga. Fico me lembrando de São Bento do Una, onde nasci. Aí me lembro de Olinda e começo a cantar coisas de Olinda. Depois me lembro de São Paulo, de músicas que fiz na cidade (canta trechos de Dia de Cão e Na Primeira Manhã). Aí canto música que fiz em Minas Gerais, Solidão, e uma música que eu fiz em Nova York, Tesoura do Desejo. Fico o tempo o todo viajando nessas histórias”.

Alceu revela que se dá bem com a internet. “No confinamento, se não tivesse WhatsApp, as pessoas ficariam loucas dentro de casa. Estou me comunicando com a família e amigos do mundo todo. Mas tenho alguns cuidados. Não faço parte de grupos e isso pra mim é muito bom porque gosto de ser livre pensador. Parece-me que a questão do grupo na internet faz com que o pensamento vire, quase sempre, um pensamento de grupo. Também vejo filmes, mas prefiro a tela grande”.

A preocupação do artista, se volta, no entanto, para a situação dos profissionais da área. “Está difícil para a turma da cultura e da música”. Ele também quer matar a saudade do público que o acompanhada desde o início da carreira e claro encontrar novos fãs da sua música. “Minha música nunca teve uma relação com movimentos. Nunca fiz parte deles. Minha obra está no tempo três: presente, passado e futuro, tudo ao mesmo tempo. Então, em vez de pertencer a movimento, eu me movimento e minha música vai se movimentando. La Belle de Jour, no YouTube, tem 91 milhões de acessos. Com a internet, o pai que gostou daquilo passa para o filho e aí o Espírito Santo benze”.

O músico revela o que pretende fazer quando a quarentena chegar ao fim. “Fazer shows, viajar e passar um tempo em São Bento do Una, no meio do mato, ouvindo os passarinhos e sons da natureza”. Mas por enquanto... “Estamos passando por essa pandemia e eu faço tudo ao contrário do que o presidente manda. Quando ele fala pra ir para a rua, eu não, eu fico dentro de casa. É gripezinha? Não, a gripe é forte. Tem muita gente morrendo”.

Alceu Valença também fala sobre a nova cena musical de Pernambuco e a perspectiva para o futuro. “Tem o Juliano Holanda, Almério, a Isabela Moraes, uma menina de Caruaru. São pessoas que têm muito talento. É preciso que a gente acolha essas pessoas. Hoje qualquer um pode gravar. Isso é bom. Quando vim para o Rio de Janeiro, eu e Geraldo fizemos um teste para a gravadora Philips e não passamos, talvez eles não tenham se interessado pelas músicas. Nessa época a relação era muito mais fácil, a gravadora botava uma música no rádio, a pessoa ouvia e comprava o disco. Para quem está começando hoje é difícil aparecer, porque na internet o cardápio é muito grande”.

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