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Movimento dos Contadores de Histórias da Amazônia recebe premiação nacional

Pela segunda vez Mocoham é premiado com o Oscar dos Contadores de Histórias

Bruna Dias
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O Movimento dos Contadores de História da Amazônia – Mocoham irá receber o Prêmio Baobá, o Oscar dos Contadores de Histórias, no próximo dia 24, na cidade de Goiás Velho, em Goiás, terra da escritora Cora Coralina.

O Prêmio Baobá é um troféu concedido a contadores de histórias, escritores, editoras, movimentos e fundações, que através das suas práticas, desempenhos e ações fortalecem conseguem ampliar e difundirem a arte narrativa no Brasil, valorizando a tradição oral, despertando o interesse pelo livro e o gosto pela leitura.

Em 2018, o Prêmio Baobá já tinha sido do Mocoham. Na ocasião, a Andréa Cozzi recebeu o troféu.

Composto por dezenas de contadores de histórias, individuais e de grupos, o Mocoham tem um total de quase 100 membros. Contadores estes de várias regiões do Pará - Marabá, Igarapé-miri, Vigia, Castanhal, região das ilhas, assim como várias regiões do país, agregando artífices da palavra oral e escrita de estados como: Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, dentre

Sônia Santos, integrante do Mocoham e professora doutora em Educação pela Universidade Federal do Pará, sabe da importância desse troféu, que é capaz de mostrar o compromisso do Movimento com a valorizar a tradição oral, a produção escrita de narrativas e estudos dentro da tríade Oralidade, Leitura e Escrita.  “Para nós, esse troféu não significa apenas o que o Mocoham tem feito para disseminar práticas da arte narrativa no Brasil, mas também, um compromisso ainda maior em valorizar a tradição oral, a produção escrita de narrativas e estudos dentro da tríade Oralidade, Leitura e Escrita, e ainda, a importância de formar cada vez mais leitores da palavra e do mundo, por meio de nossas práticas e ações. O prêmio nos aponta mais responsabilidade ainda em fazer e defender o que acreditamos e persistimos em seguir nesse rio de encantos do imaginário amazônico”, avalia Sônia Santos.

Este ano, o Mocoham já recebeu recentemente o Prêmio de Boas Práticas de leitura de Bibliotecas Comunitárias 2022. E tem um reconhecimento em todo o Pará e no Brasil pelo excelente trabalho de formação leitores e ouvintes críticos que se orgulham em ser da Amazônia.

O Prêmio Baobá vem reafirmar a responsabilidade em fazer e defender o que acreditamos e persistimos em seguir nesse rio de encantos do imaginário amazônico.

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

A contação de histórias é uma arte que transmita algo através do conhecimento oral. Fazendo parte de um tradição muito antiga, o objetivo é preservar a cultura, crenças e costumes. Pode parecer apenas um hobby, mas a contação de histórias é uma profissão.

“Nós organizamos uma pós-graduação em parceria com a Esamaz mais de formação de contadores de história e mediadores de leituras com duas turmas em Belém e uma turma em Marabá e essa pós-graduação trouxe o novo olhar para a contação de histórias. Muitos professores, pedagogos, bibliotecários, psicólogos participaram dessa pós-graduação e puderam ser multiplicadores da importância que é manter viva e garantir a nossa ancestralidade”, explicou Sônia Santos.

No Pará, o Projeto Lei para a criação da Semana Estadual dos Contadores e Contadoras de Histórias e dos Mediadores e Mediadoras de leitura foi aprovado em 12 de abril deste ano, em 02 de maio, a Lei, n°9.555, foi sancionada e publicada no Diário Oficial de N°34957, de 04/05/2022.

O Mocoham foi responsável por elabora essa solicitação à Assembleia Legislativa do Estado em 2020. A Semana Estadual dos Contadores e Contadoras de Histórias e dos Mediadores e Mediadoras de leitura é instituída internacionalmente e ocorre no mês de março, na semana que abarca o dia 22, dia internacional do contador de histórias.

“A profissionalização do contador de histórias é uma questão ainda bem delicada sobretudo para nossa região quando temos um conjunto de contadores de histórias que são tradicionais, muitos sequer tiveram acesso à escola institucionalizada. Para garantir essa profissionalização muitas pessoas exigem cursos e documentos que comprovem essa ação mas isso para o contador do adicional fica meio difícil. Mas geralmente quem atua como contador de histórias são professores da área de pedagogia, letras arte educadores e pessoas que se encantam com a proposta de levar a palavra a outros ouvidos. Temos muitos bibliotecários também ingressando nessa ação, nessa prática, ampliando a sua atuação como mediador de leitura para também contador de histórias, isso é muito bom porque quem sai ganhando são as crianças”, disse Sônia Santos.

“É necessário antes de tudo ser um bom ouvidor de histórias. Nenhum contador de histórias pode ser formado como contador se não exercitou a prática da escuta e da sensibilidade do olhar e da escuta. É necessário todo um preparo prévio como o levantamento de acervo, repertório, objetivo das histórias para o momento que foi chamado (sem, é claro, priorizar e/ou resumir essa prática na didatização), ter clareza do público (faixa etária, de onde vem, quais suas histórias...) para então conectar com esse público e fazer com que as histórias pertençam a eles também, no momento da contação”, finaliza.

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