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Mostra reúne Elaine Arruda e mestre João Aires em 'Mastarel: Rotas Imaginais'

Abertura da exposição ocorre nesta quinta-feira (19), às 18h30, no Espaço Cultural Banco da Amazônia

Enize Vidigal
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Elaine Arruda e mestre João Aires abrem a exposição “Mastarel: Rotas Imaginais” nesta quinta-feira (19), às 18h30, no Espaço Cultural Banco da Amazônia. O trabalho é desenvolvido a partir do mastarel, adorno em madeira usado no topo do mastro de uma embarcação, e, para isso, a pesquisadora Elaine contou com a parceria do carpinteiro naval João Aires. O Mercado do Porto do Sal foi o primeiro a receber a intervenção da dupla, que instalou no telhado um mastarel, em 2016. "É como se o mercado (construído à beira da Baía do Guajará) tivesse virado um barco, que pode vir a partir", explica a artista visual. A entrada é gratuita.

“Mastarel” foi o resultado de uma relação de pesquisa sobre a paisagem ribeirinha do bairro da Cidade Velha, em Belém. A pesquisa foi contemplada com o Prêmio de Pesquisa e Experimentação Artística 2016, da Fundação Cultural do Pará (FCP), com a proposta inicial de instalar o mastarel no Porto do Sal por 30 dias no topo do mercado, mas, por conta de uma repercussão positiva junto à comunidade, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu parecer favorável à permanência do mastro. Com isso, a estrutura recebeu iluminação de Lúcia Chedieck.

“Passamos a pensar o próprio mercado como um barco, a partir das entrevistas com os moradores. Uma das feirantes, a Arlete, que tem um restaurante em um box, me relatou que as pessoas chegam ao mercado e se referem à ele como um barco, perguntam quando o barco vai navegar. Ela responde que todos os dias. Foi a partir disso que começamos a pensar nesse espaço como pertencente à uma Amazônia do passado, entre o real e o imaginário”, comenta Elaine Arruda.

O trabalho de Elaine e do mestre João promove o diálogo entre a arte e a cultura ribeirinha. Além disso, trabalha com o imaginário ao levar o mastarel para espaços inesperados. "Imaginal é conceito do escritor Vicente Cecim, sobre essa Amazônia que não é imaginária e nem real, mas está entre os dois", descreve Elaine.

Aos 61 anos, o mestre João, natural de Santa Cruz do Arari, no Marajó, é o único carpinteiro naval da área do Porto do Sal, que atua nesse ofício há 36 anos. "O meu trabalho agora está sendo visto como arte. Estou tendo muito orgulho porque me dediquei a aprender esse trabalho, que está sendo reconhecido", conta o carpinteiro. Elaine revela que tornou-se assistente do mestre durante um ano para aprender a pintar e a manipular o mastarel. "O mastarel é um objeto estético, que tem linhas e barbado, uma cultura completa e rica, que hoje não é muito usado nas embarcações urbanas". A exceção, segundo ela, fica com as embarcações de Ponta de Pedras (Marajó), onde a cultura do mastarel tem origem.

Sob a curadoria de Vânia Leal, “Mastarel: Rotas Imaginais” reúne fotografias (inclusive da instalação no Mercado do Porto do Sal), gravuras, desenhos, livro de artista, documentos e objetos que fazem parte da pesquisa de doutorado de Elaine, na Universidade de São Paulo (USP), e que contam a história do desenvolvimento da obra “Mastarel”. Essa exposição é um desdobramento da instalação de mastarel feita pela dupla nos jardins do Museu do Estado do Pará, como parte do Salão Arte Pará 2019, pois apresenta a instalação "Pátria Amada".

Agende-se:

Exposição “Mastarel: Rotas Imaginais”, de Elaine Arruda e mestre João Aires
Dia: Abertura na quinta-feira, 19. Visitação de 20/12 a 30/01, das 9h às 17h
Hora: 18h30
Local: Centro Cultural Banco da Amazônia (Av. Pres. Vargas, 800, Campina)
Entrada franca

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