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Livro de neurocientista sobre o sono e os sonhos relaciona evolução, psicanálise e artes

Sidarta Ribeiro falou sobre o novo livro na 17a Feira Literária Internacional de Paraty

Agência Estado
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O neurocientista Sidarta Ribeiro participou pela segunda vez da Festa Literária Internacional de Paraty neste sábado, 13, dessa vez para falar sobre os temas de seu recente livro "O Oráculo da Noite: A História e a Ciência do Sonho" (Companhia das Letras). No livro, com base em dados históricos, antropológicos e de diversos campos das ciências médicas, o pesquisador investiga a história do sono e dos sonhos, e a relaciona com outras áreas do conhecimento, das teorias da evolução à psicanálise e às artes criativas.

"O livro convida o leitor a reaprender a lembrar o que sonhou", explicou o professor.

Na opinião dele, os humanos precisam reaver a capacidade primitiva de "prever o futuro" utilizando sonhos. Uma possível teoria da evolução apresentada na palestra diz que a saída dos primeiros homens das cavernas pode ter sido fruto do acúmulo cultural propiciado pela crença de que os mortos estão vivos em outro local - crença derivada de "aparições" de entes queridos em sonhos.

Ao comentar as necessidades de iluminação da humanidade, ele disse: "Temos de nos libertar do instinto antigo do ‘farinha é pouca, quero meu pirão primeiro’. Esse é um pensamento paleolítico. Já existe riqueza para todo mundo, estamos a um passo para ficar muito bem - mas a um também para ficar muito mal. Se a gente permitir que os robôs façam os trabalhos das pessoas e elas fiquem sem dinheiro, acabou. A hora que um robô comer o primeiro hambúrguer, é o fim", disse. "Nós trocamos a sabedoria milenar por outros conhecimentos. Ou integramos, ou… é evidente que esse negócio está dando errado."

Um dos estudos a que o cientista se propõe é o consumo de substâncias para alteração de estados de consciência. "A integração pode ocorrer bebendo na fonte ou desenvolvendo métodos contemporâneos de consumo."

Fundador e neurocientista do Instituto do Cérebro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ribeiro foi questionado pelo público sobre o impacto do uso contínuo de aparelhos celulares sobre o sono.

"O led azul das telas de computador impede a formação de melatonina e o cérebro não fica sabendo que você tem de dormir. Se você vai dormir às 4h da manhã, você vai contra a maré, porque o corpo inteiro quer acordar. Costuma-se falar em expropriar terras, mas às vezes expropriamos a nós mesmos nesse sentido", explicou. Segundo o pesquisador, a privação do sono pode gerar doenças como obesidade, depressão, mal de Alzheimer. "A ciência biomédica já apoia muito o fato de se alimentar e dormir bem e fazer exercícios. É o suficiente para muitos tratamentos. Mas queremos fazer tudo errado e compensar com remédio".

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