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LAB Negras Narrativas abre inscrições para projetos audiovisuais de cineastas amazônicos

As inscrições podem ser realizadas até 20 de fevereiro

O Liberal

Depois da tentativa de apagamento aos realizadores audiovisuais do norte, ocasionado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), que não aprovou nenhum projeto no edital Novos Realizadores, uma notícia boa, a Lab Narrativas está com inscrições abertas até 20 de fevereiro para cineastas negros para os nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.  O regulamento e o formulário de inscrição podem ser encontrados na bio do Instagram @labnegrasnarrativas.

O laboratório oferece consultorias especializadas aos projetos selecionados com o objetivo de fortalecer as narrativas e reforçar estratégias de inserção e permanência no mercado audiovisual. Destinada aos diferentes gêneros como ficção, documentário e animação, e formatos: longa e curta-metragem e narrativas seriadas. Ao final da formação, a iniciativa premiará os três melhores projetos com o valor de R$10 mil cada. O laboratório ocorre entre os dias 3 e 8 de abril, em Belém (PA).   

De acordo com o cineasta paraense, presidente da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e diretor executivo do LAB Negras Narrativas, Rodrigo Antonio, o objetivo é fortalecer os projetos e instrumentalizar as pessoas da região Norte para que se possa ter nas próximas edições maior presença da região no laboratório negras narrativas nacional que tem uma ação ainda maior e continuada, com bolsas e premiações ainda maiores. 

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Como suporte para uma dedicação ao trabalho, o Lab oferecerá aportes financeiros (Bolsas), com valores distintos para cada etapa de formação e uma bolsa de estudos em escola internacional de cinema na terceira e última etapa. 

Sobre o cenário da produção audiovisual na Amazônia, Rodrigo Antônio diz que a região vivenciou uma experiência única com as políticas de regionalização/nacionalização e descentralização de recursos para o audiovisual, principalmente possibilitadas pela implementação da Lei 12.485 de 2011 e pelo Programa Brasil de Todas as Telas, lançado em 2014, operado pela Agência Nacional do Cinema e pelo Ministério da Cultura.

"Houve um processo de ativação e profissionalização da atividade audiovisual, onde produtores tiveram suas primeiras possibilidades de acesso a fundos de financiamento e de inserção de seus produtos no mercado nacional e internacional.

Ele completa que apesar dos entraves dos últimos anos, a região se manteve ativa e pulsante, alcançando feitos nunca antes registrados na história da filmografia. "Celebramos esse espaço enquanto região amazônica e entendemos que não podemos nos furtar a um protagonismo de um cinema negro na região e, por isso, a importância do Lab negras Narrativas Amazônicas ter esse recorte estratégico", pontua.

O LAB Negras Narrativas Amazônicas é um projeto de ampliação e descentralização das ações da Apan. A Apan é uma entidade fundada em 2016, dedicada à missão de consolidar, nos mais distintos campos do audiovisual, a presença de pessoas negras, de maneira a promover narrativas, transformar a percepção da sociedade com relação à negritude, combater o racismo estrutural e referenciar possibilidades de construção coletiva nas políticas públicas e no mundo do trabalho.  

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