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Arte Pará é incentivo para jovens talentos regionais

No próximo dia 22, os artistas e o público vão conhecer os premiados desta edição.

Bruna Lima
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A série “Selecionados Arte Pará- 40 anos” finaliza com os artistas paraenses Ramon Reis e PV Dias, contemplados na categoria Fomento à Produção de Artistas Emergentes da Amazônia Legal, categoria inaugurada na edição histórica de 40 anos como forma de incentivar e mostrar para o mundo as diferentes linguagens artísticas da região, em específico.

Os jovens artistas mostram suas observações e inquietudes por meio de linguagens distintas e que promovem debates e discussões sociais, políticas e artísticas. No próximo dia 22, os artistas e o público vão conhecer os premiados desta edição.

O Projeto Arte Pará 2022 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, com patrocínio do Centro Universitário Fibra e do grupo Equatorial Energia e com apoio institucional do Grupo Liberal e dos Institutos Inclusartiz e Pivô Arte e Pesquisa. O Arte Pará é uma realização da Fundação Romulo Maiorana.

Ramon Reis, Pará, 1986

Nascido na cidade de Salinópolis (PA), com formação em Antropologia pela UFPA e USP, é professor e pesquisador, atuando na interface entre Antropologia Urbana e os Estudos de Gênero e Sexualidade. O primeiro contato com as Artes Visuais ocorreu em 2019, de forma independente, a partir de um projeto fotográfico intitulado “Movimento-Ação”, realizado na ilha de Cotijuba (PA). O trabalho tinha o objetivo de refletir sobre corporalidade, indumentária e memória, e realizando uma análise estética da ordem do pertencimento: do que passou, de sensações de dor, ressentimento e angústia, e das possibilidades de tornar resistente à vida e as relações em meio aos projetos de segregação e expansão urbana de Belém.

“Atualmente, estou produzindo experimentos visuais relacionados à pandemia de Covid-19 e à epidemia de HIV/Aids, fatos que constituem um dos pontos centrais dos meus trabalhos artísticos: a fronteira entre vida e morte”.

Obra em destaque

O trabalho submetido à 40ª edição do Arte Pará é um vídeo-arte que tem como título “Corpo (in)finito? - Insurgências [prólogo]”. Trata-se de um trabalho audiovisual em processo composto por um poema autoral chamado “Insurgências”. O vídeo e o texto, em preto e branco, buscam traçar diálogos entre Antropologia e Artes Visuais sobre reflexões que dizem respeito aos distintos modos de lidar com a vida, a morte e o corpo. 

A técnica utilizada é composta por vídeo, performance e texto, compondo uma multiplicidade de linguagens e estéticas, representativas, por exemplo, para pensarmos sobre o luto e a celebração.

“O meu processo criativo tem relação direta com a ancestralidade, principalmente a proximidade que mantive com a minha avó materna até os meus nove anos de idade”. 

Arte Pará

“Recebi com entusiasmo a notícia. Ter a possibilidade de fazer circular o meu trabalho em escala nacional e em diálogo com artistas que eu admiro é, sem dúvida, um importante incentivo para continuar produzindo. Outro fator relevante nesse processo é o incentivo à produção de artistas emergentes da Amazônia Legal, categoria decisiva nessa seleção e na construção de olhares e práticas atentas ao fomento artístico produzido de dentro para fora e/ou da Amazônia para o restante do país”.

Arte Contemporânea

“A  Arte Contemporânea é um território em ocupação, que busca de forma incessante promover reflexões pautadas em aspectos do nosso cotidiano, causando em nós várias situações de confronto e estranhamento. A Arte Contemporânea também é um território dinâmico, sensorial e político, já que o seu exercício é relacional e situado, ou seja, dialoga com pessoas e grupos distintos social e culturalmente, é produzida a partir de vários suportes e sentidos corporais e, sobretudo, possui identidade e história”.

PV Dias, Pará, 1994

A pesquisa do artista começou a tomar forma em 2019, quando ingressou na escola de artes visuais do Parque Lage, pelo programa anual de formação e deformação. “Gostava de desenhar e fazer colagem mais novo, mas as coisas precisavam ser amarradas. Foi nesse processo que me encontrei, em 2019, quando ainda trabalhava com publicidade, vi que fazer arte era uma maneira de me manter vivo, enquanto essência. Então foi nesse caminho que começou a se desenvolver minha pesquisa, no começo ainda em trabalhos digitais e, depois, em outros suportes artísticos, como pintura óleo, acrílica e desenho”.

Obra em destaque

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O artista teve 13 trabalhos selecionados para a mostra. Trabalhos que pensam aspectos visuais da dança a trabalhos que pensam o indivíduo racializado enquanto produtor de imagem. Uma das séries selecionadas foi “Rasurando Fidanza”, onde ele desenha em cima das fotos do fotógrafo português Fidanza, que viveu no Pará no final do século XIX, e fez uma gigantesca série de registros de pessoas e paisagens do Pará. 

Arte Pará

“Muito importante para mim, há tempos me inscrevo, mas esse ano me senti realmente preparado para isso, estava com bastante vontade de ingressar nesse importante salão nacional. Para além disso, é muito bom estar ao lado de artistas que admiro tanto, pensando uma mostra muito interessante para aqueles que forem visitar”. 

Arte contemporânea

“Uma possibilidade de expressar subjetividades não ouvidas, vistas e lidas. Acredito que a arte enquanto ideia, conceito e produção, não consegue salvar o mundo, mas certamente é um meio para que o mundo se torne algo melhor de se viver”.

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