Alunos da Escola de Teatro e Dança da UFPA encenam espetáculos de final de ano

As montagens apresentadas serão, 'O Tempo', de dança contemporânea, e a peça teatral 'A morte do Caixeiro Viajante'

Enize Vidigal
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Os alunos dos cursos da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (Etdufpa) apresentam espetáculos que mostram ao público o resultado da formação que obtiveram durante o ano.

A programação terá, nesta quarta-feira, 27, no Teatro Universitário Cláudio Barradas (Rua Jerônimo Pimentel, 546, Umarizal) recebe o espetáculo de dança contemporânea "O Tempo", que terá apresentações até o dia 1 de dezembro, sempre às 20h. E na quinta-feira, 28, será a vez da montagem teatral "A Morte do Caixeiro Viajante", no Instituto de Ciências da Arte (ICA), na Praça da República. Para as duas apresentações, os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$5 (meia).

No espetáculo de dança contemporânea "O Tempo", 20 bailarinos dividem o palco com o cantor Danniel Lima, que interpreta canções com a temática do tempo. Na oportunidade, Danniel grava o videoclipe da música tema do espetáculo, "Abril", composição de Adriana Calcanhoto. A temporada segue até o domingo, 1º de dezembro, sempre com sessões às 20h.

O professor Doutor Paulo Paixão, diretor e coreógrafo do espetáculo, explica que a montagem é inspirada na música "Abril", de Adriana Calcanhotto, que recebeu a adaptação de Danniel Lima. "O roteiro é inspirado nas frases sobre o tempo que a letra de 'Abril' exorta", descreve. A música traz imagens líricas sobre o tempo, que foram recriadas em cenas dançadas, com o arranjo e a performance do intérprete ditando a dinâmica da coreografia.

Mais do que cantar e assinar a trilha sonora ao lado do DJ ProEfx, Danniel assume o personagem Tempo. Além de Abril, Danniel canta outras músicas nacionais dedicadas ao tema, como: "Tempo Rei" (Gilberto Gil), "Tempo Perdido" (Legião Urbana), "Oração ao Tempo" (Caetano Veloso), "Tempos Modernos" (Lulu Santos), "Resposta ao Tempo" (Aldir Blanc e Cristóvão Bastos) e "O Tempo Não Para" (Cazuza). "A Adriana Calcanhoto me deu essa música (Abril) que ela nunca gravou e que vai estar no meu próximo disco, com lançamento previsto para 2020".  Ainda, na oportunidade, Danniel vai gravar o videoclipe de "Abril".

O Tempo aborda os aspectos relacionados ao tempo, como trajetórias, acúmulo, descontinuidade, espiral, urgência e implacabilidade do tempo. Os bailarinos são: Aline Vidal, Carina Moraes, Clariane Machado, Clene Lisboa, Danilo Morais, Drew Sindeaux, Felipe Melo, Fernanda Anjos, Igor Vilas Boas, Iris Valdez, Jéssica Araújo, José dos Santos, Joyce Cristina, Karolina Lima, Kave Silva, Leandro Garcia, Luziane Farias, Mayara Barros, Robson Smithy, Stefanie Franco, Wallacy Bahia.

O espetáculo reúne os alunos do primeiro ano do curso técnico em Dança-Intérprete Criador e Figurino Cênico, sendo o último coordenado pela professora Doutora Ézia Neves. "A cenografia foi pensada em dar ao público a ideia de um túnel do tempo e, o figurino, traz a ideia de acúmulo de experiência e de tempo", conta o diretor.

A Morte do Caixeiro Viajante

A adaptação do clássico realista do dramaturgo americano Arthur Miller, "A morte do Caixeiro Viajante", datado de 1948, apresenta um drama social ainda atual de um trabalhador sem direitos sociais garantidos que se vê atingido pela velhice em uma família de relação conflituosa e que que enfrenta dificuldades financeiras. As apresentações serão realizadas de quinta, 28, até o dia 1 de dezembro, e depois de 5 a 8 do mesmo mês, em dois horários: às 18h e 20h.

image O espetáculo 'A Morte do Caixeiro Viajante' estreia na quinta-feira (Danielle Cascaess)

Sob a direção dos professores Karine Jansen e Cláudio Didimano, a peça reúne alunos do primeiro ano dos cursos técnicos em Teatro, Figurino Cênico e Cenografia e também concluintes do curso de especialização em Dramaturgia. O roteiro foi adaptado por Rhero Lopes e Eduardo Lima, sob a tutoria de Alana Lima.

A história se passa em Nova York, nos Estados Unidos. A adaptação objetivou reduzir o tamanho da peça original, mantendo o traço realista na narração da história e na definição do perfil psicológico dos personagens, conforme explica a diretora.

"É interessante contar a história do Caixeiro Viajante, chamado Wiily Loman, hoje, justamente porque estamos na discussão da reforma da previdência e aposentadoria no Brasil. A peça fala de uma profissão que não existe mais e que não tem nenhum amparo previdênciário. Além disso, a história tem um drama doméstico: os filhos, Bif e Happy, possuem ocupações mal remuneradas em meio à crise econômica, enquanto a esposa, Linda, faz a mediação da relação conflituosa entre os homens da família, especialmente alertando os filhos para a precariedade da saúde de Willy, que começa a apresentar sinais de esquecimento, o que para nós, hoje, seriam sintomas de Alzheimer".

Os personagens são interpretados por diferentes atores em cada sessão: o caixeiro é vivido por Kesynho Houston, Lucas Serejo e Romualdo Báccaro; Linda, por Joyse Carvalho, Lorena Bianco e Fávia Samilia; Biff, por Mateus Barata, Viccy e Ryan Pardauil; e Happy, por Thyago Lobo e Melque.

"Muitas cenas são lembranças do Caixeiro Viajante, dos tempos em que os filhos eram crianças, por exemplo. O primeiro filho, Bif, era o mais querido do Caixeiro, é um ex-jogador famoso de futebol que nunca foi bom aluno e não consegue bolsa para entrar na universidade, enquanto o caçula Happy, é mais esforçado, nas tem emprego humilde e se esforça sem sucesso para agradar o pai, que só tem olhos para Bif", conta Karine.

O espetáculo traz figurino e cenário de época, já que a história se passa final da década de 50, com caracterização das roupas, maquiagens, penteados e mobiliário. Além da sonoplastia do Celso Cabral e Odin Gabriel, alunos do Curso de Licenciatura de Teatro.

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