Gugu Liberato morre aos 60 anos

Morte aconteceu dois dias após queda que fez apresentador bater a cabeça e ser internado

Redação Integrada / Agência Estado
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O apresentador e empresário Antônio Augusto Moraes Liberato, o Gugu Liberato, de 60 anos, morreu na noite desta sexta-feira (22), em Orlando, no estado norte-americano da Flórida, em decorrência de um acidente doméstico.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa e divulgada nos principais jornais televisivos esta noite. Ele teve morte encefálica e a família informou que doará todos os órgãos do artista.

 

 

Conforme a família do apresentador, Gugu estava trocando o filtro do ar-condicionado da sua casa, quando caiu de uma altura de cerca de quatro metros e bateu a cabeça em uma quina. No momento do acidente, ele estava acompanhado de Rose Miriam, mãe dos seus três filhos: João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Sofia e Marina, 15. O estado de saúde do apresentador era grave desde então, pois sua cabeça foi a parte mais atingida. A mãe do apresentador e outros familiares, além do diretor Homero Salles, também estão no local.

Atualmente, Gugu apresentava o reality show "Canta Comigo", da TV Record, que está na reta final, mas o programa já está gravado. Ele já estava cotado para apresentar outras duas atrações da emissora, o especial "Família Record" e o reality de casais "Power Couple".

TRAJETÓRIA

Discípulo de Silvio Santos, com quem trabalhou pela primeira vez ainda nos anos 70, Gugu marcou época na TV brasileira à frente de programas como Viva a Noite (SBT), Sabadão (SBT), Domingo Legal (SBT) e o Programa do Gugu (RecordTV). 

Em 1988, com cada vez mais destaque no SBT, Gugu chegou a assinar contrato para apresentar um novo programa na Rede Globo, mas Silvio Santos foi pessoalmente ao dono da emissora, Roberto Marinho, pedir a rescisão do acordo para que Gugu continuasse no SBT - o que acabou ocorrendo. Quem entrou em seu lugar na emissora carioca foi Fausto Silva.

Especialmente com o Domingo Legal, Gugu foi líder de audiência nas tardes de domingo entre o fim dos anos 1990 e 2003, vencendo o Domingão do Faustão e provocando mudanças na linha editorial do programa global, que deixou de exibir quadros como o "sushi erótico".

A Justiça também entrou no caminho do Domingo Legal em alguns momentos. Em 2000, proibiu a exibição da "Banheira do Gugu" (quadro em que homens e mulheres seminus brigavam para alcançar um sabonete em uma pequena piscina molhada) antes das 21h. (os advogados do programa recorreram, mas o horário acabou mudando de qualquer forma).

Foi também nessa época que o programa começou a investir mais em reportagens jornalísticas, o que consolidou sua liderança nos domingos no início do século. Mas o investimento gerou outro problema com a Justiça. No dia 7 de setembro de 2003, o Domingo Legal exibiu uma "entrevista" com dois membros do PCC a bordo de um ônibus na capital paulista. Porém, após investigação, a polícia descobriu que a entrevista era falsa. Os responsáveis pela investigação disseram na época que os encapuzados entrevistados não eram integrantes da facção criminosa e receberam R$ 500 cada um para participar do programa. O programa foi proibido pela Justiça Federal de ser exibido no dia 21 de setembro.

O apresentador foi denunciado por crime de ameaça e por dois crimes de imprensa pelo Ministério Público de São Paulo. A Justiça autorizou um indiciamento, mas uma liminar o impediu. O SBT acabou multado em R$ 1,7 milhão (valores da época). Naquele ano, o SBT registrou um prejuízo de R$ 33,6 milhões. Gugu fez um acordo financeiro de R$ 750 mil em 2005 para encerrar o processo.

Gugu também apareceu diversas vezes nos cinemas, principalmente em filmes da Xuxa e dos Trapalhões, como em O Casamento dos Trapalhões (1988) e Xuxa e os Duendes (2001). O apresentador também gravou alguns compactos (discos de vinil com uma música de cada lado). Baile dos Passarinhos e Docinho Docinho fizeram sucesso. Ele também chegou a fazer campanhas políticas para José Serra, do PSDB, nos anos 1990 e 2000.

Em 2009, ele saiu do SBT e foi para a Record TV (os números não oficiais estimavam que ele levaria R$ 3 milhões mensais). Em entrevista ao Jornal da Tarde no dia 30 de agosto de 2009, Gugu explicou sua mudança de emissora: "Minha decisão de ir para a Record foi baseada na oportunidade de trabalho que eles me ofereceram. O contrato envolve um plano de carreira promissor, ótimas oportunidades e condições de produção. Foram várias situações. Um plano de carreira, um contrato de oito anos, que não é comum na televisão, toda a estrutura de jornalismo oferecida, a cobertura internacional que teremos e o talk-show que vou fazer, inicialmente uma vez a por semana, na Record News. O próprio Silvio Santos me disse que se tratava de uma proposta irrecusável".

Gugu havia renovado o contrato com a emissora por mais três anos no início de 2019. "Estou muito feliz em comunicar que hoje renovei meu contrato com a Record TV. Agradeço a confiança de todos, especialmente do vice-presidente artístico e de programação, sr. Marcelo Silva", escreveu Gugu em seu Instagram na ocasião.

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