FestivalCineAlter 2021 começa nesta quinta em Santarém

Para a alegria dos cinéfilos apaixonados, hoje inicia-se o CineAlter 2021, festival de cinema em formato híbrido que vai ocorrer em Alter do Chão (Santarém) até o dia 23 de novembro. O evento é uma iniciativa de organizações regionais, com realização do Instituto Território das Artes (ITA) e a correalização da Associação de Teatro de Santarém (ATAS). Para esta edição, o evento traz a atriz e diretora Lucélia Santos como embaixadora e terá como filme de abertura o longa “A Última Floresta”, com a direção de Luiz Bolognesi e Davi Kopenawa Yanomami como corroteirista; O documentário “Me Chama Que Eu Vou”, de Joana Mariani, será o filme de encerramento do Festival no dia 23 de novembro.

Além da exibição de filmes, o CineAlter 2021 conta com uma rica programação multicultural presencial, com diversos artistas regionais que se apresentarão da Vila de Alter do Chão. Além da exibição de mais de 50 filmes, entre longas e curtas metragens, regionais, nacionais e latino-americanos, priorizando um recorte territorial. Segundo o diretor do festival, Raphael Ribeiro, o cinema influencia positivamente a vida da sociedade. “Nesses tempos pandêmicos, momentos em que nós paramos mais para refletir sobre nossas vidas, a arte nos ajudou a compreender melhor nossos mecanismos, a refletir sobre o território que nós ocupamos e o cinema cumpre esse papel, de ajudar o ser humano no seu desenvolvimento pessoal”, afirmou.

Raphael comemora o fato do projeto ter sido construído com muitas mãos. “Desde a sua concepção, o CineAlter trabalha a união de vários elementos artísticos, de grupos culturais da nossa região em um diálogo bastante amplo para que pudéssemos chegar nesse momento de realização, ainda que em uma edição híbrida. Então acreditamos que todo esse movimento cultural é o que dá a riqueza desse projeto. Não é apenas um evento, é um projeto cultural que terá vários desdobramentos. É muito bom poder contar com tantas instituições parceiras, com artistas que estão conosco vibrando uma vontade imensa de fazer cultura e de colaborar no desenvolvimento da cultura na região Oeste do Pará”, ressaltou o diretor.

Os filmes serão distribuídos em cinco mostras, sendo uma competitiva e quatro paralelas, todas com os nomes inspirados nas árvores da região.  Os vencedores serão agraciados com o Troféu Muiraquitã. Segundo a curadora e diretora, Zienhe Castro, o cinema surge como uma ferramenta política e pedagógica importante. “Por meio da linguagem cinematografia podemos instigar e debater sobre diversos temas importantes para sociedade. Vivemos profundas transformações socioculturais e acredito que para além do entretenimento, o cinema tem uma função política. Contar nossas próprias histórias, nos representarmos nas telas, sermos protagonistas das nossas narrativas, fortalece nossa identidade sociocultural. É o que pretendemos passar com os filmes selecionados”, explicou.

Para a diretora, o estado do Pará é quase um "país" que precisa descentralizar as suas ações e promover o protagonismo de outras regiões. “Os festivais tem uma grande oportunidade: incentivar as pessoas, o público em geral a conhecerem filmes autorais, artistas diversos e possibilitar a visibilidade para diversas causas, principalmente nas diversas regiões da Amazônia Brasileira e quanto mais nós pudermos incentivar festivais como trampolim para novos realizadores, mais trabalhos poderemos ter acesso e assim promover e incentivar novas produções”, garantiu.

“O diálogo entre nós do setor audiovisual, do setor cultural do Estado do Pará, pode ampliar e fortalecer tanto as conexões com as comunidades locais como a conexão entre as diversas regiões do Pará. Acredito que essa conexão é positiva para todos. Nesta edição de 2021, o Festival CineAlter está promovendo essa integração, esse diálogo junto com as associações, instituições e coletivos culturais da região do Tapajós”, concluiu a diretora.