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Dia de Santa Rita: Novo livro e ‘último ato’ de Rita Lee chega às livrarias

Rita Lee foi um símbolo de enfrentamento do machismo e dos próprios vícios

Camila Martins, especial para o Grupo Liberal
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Hoje, 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia, será lançado o último livro escrito pela cantora, e também escritora Rita Lee, que morreu no dia 8 de maio, aos 75 anos. Na publicação “Outra autobiografia” ela detalha a fase em que lutou contra o câncer. O livro aborda os últimos três anos de sua vida, da pandemia ao diagnóstico de câncer.

Uma certa Radical, Rita Lee quebrou os padrões patriarcais, deu um nocaute na hegemonia masculina sendo a primeira mulher a subir no palco do Rock no Brasil. Ou seja, uma “baby” vanguardista boomer” do “rock´n roll” criou, recriou, inventou e reinventou personagens e performances que traduzem, muitas vezes, ao lúdico. Assim ela o foi também na literatura.

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Rita Lee agora eternizada foi pioneira também ao contar a sua própria histórias em duas biografias. “Rita Lee é uma das mais importantes personalidades da música popular do Brasil em todos os tempos. Sua presença enriquece a nossa história. Talentosa, rebelde e elegante, ela ocupa um lugar especial na cena brasileira. Novinha, ela já me impressionava. Foi parceira de Tom Zé em “Dois Mil E Um”, acompanhante de Gil em “Domingo no Parque” e minha em “É Proibido Proibir”. Cantora, compositora, atriz, escritora e artista performática, Rita esteve sempre na proa da inventividade”, afirmou Caetano Veloso em entrevista exclusiva para O Liberal antes da cantora falecer.

“Fruto proibido da mamãe Natureza, sua arte inundou o Brasil com obras-primas através de décadas. Sua autobiografia foi escrita em prosa vívida, num estilo que faz quem a conhece de perto (e quem não a conhece) sentir sua presença, ver seus gestos, ouvir sua voz. Resultando num livro que, entre os livros, está como ‘Agora Só Falta Você’, ‘Mamãe Natureza’ ou ‘Mania de Você’ estão entre as canções. Lá ela se reconhece como par de Chiquinha Gonzaga, Dolores Duran, Maysa... ressaltando a importância do protagonismo feminino. Com esse tema aceso como está na atualidade, é preciso que se fale mais, que se analise mais e que se celebre mais a obra dessa paulistana”, completou.

De fada à bruxa, ou de santa à presidiária, Rita Lee participou de todas as “metamorfoses” da melodia na história do Brasil e no mundo. Compositora de sua própria obra, ela manifestou sua política no palco, assim como, é a única mulher que vendeu aproximadamente 55 milhões de discos na história do Brasil; mantendo - se até hoje no topo da lista, transformou seus livros também em best sellers, sendo que a segunda autobiografia bateu recorde de vendas antes mesmo do lançamento.

Teve relevantes paixões que a acompanharam na vida como, por exemplo, o Peter Pan na infância que se materializou em sua carreira como artista nos palcos. Já na adolescência, foram os “Beatles”, sendo que chegou a ganhar um Grammy os homenageando. Com mãe ultracatólica, esta roqueira reproduziu no palco Nossa Senhora Aparecida e por isso foi excomungada, como disse Caetano no texto, “mamãe natureza”. Foi mãe guerreira, que em seu livro relata com afinco quando fala de Roberto de Carvalho e seus três filhos: Beto, João e Antônio, principalmente, em suas férias no Caribe.

DESAFIOS

Rita Lee soube enfrentar e ser aplaudida por encarar os momentos fracos e fortes de pé, como sua última batalha contra o câncer. O Rock da tropicalista, ao longo dos anos, passou por diversas fases, como a psicodélica, durante a era do tropicalismo, o pop rock, disco, new wave, a MPB ou a eletrônica, sempre se mantendo relevante.

Elza Soares, que a BBC de Londres nomeou como a cantora brasileira do milênio, antes de falecer nos deixou este relato sobre a amiga. “Eu adoro a Rita Lee, cara. Que mulher, que força, que artista! Ela apareceu revolucionando a música do Brasil e sempre tem algo mais a dizer, seja através das canções ou de seus posicionamentos”.

Ela influenciou uma casta, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 70, sobretudo, as mulheres. Envolveu-se em consideráveis motins e transformações no mundo da música. Seus hinos e canções, em geral, pulverizados por uma ironia ácida, tocam no âmago do público; um diálogo entre almas fundamentadas à essência do seu mix musical com diversas modalidades, principalmente, o rock, que foi essencial para sua carreira, sem censura.

“Quando decidi escrever ‘Rita Lee: Uma autobiografia (2016)’, o livro marcava, de certo modo, uma despedida da persona Rita Lee, aquela dos palcos, uma vez que tinha me aposentado dos shows. Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica”, escreveu a cantora ao anunciar a novidade.

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