Daniel Leite e Geovane Belo mostram, em Belém, a palavra poética na Amazônia

Performance 'Entre Águas, Palavras, Rios e Partilhas' será apresentada, com entrada franca, na Central da COP - Teatro Waldemar Henrique, às 18h desta terça (18)

Eduardo Rocha
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Estar na Floresta Amazônica ou imaginar que estar no interior desse bioma é se apresentar com a sensibilidade aflorada, com os sentidos antenados com o universo de imagens, sons e sentidos que grassam entre os seres. A tradução de grande parte desse momento, ou seja, de se compartilhar linguagens e sentimentos relacionados à Amazônia, em Belém, durante a COP 30, poderá ser conferida no espetáculo "Entre Águas, Palavras, Rios e Partilhas", uma performance reunindo os escritores Daniel Leite e Geovane Belo.

"O espetáculo com Daniel Leite é a continuidade da partilha poética, iniciada há décadas no espetáculo 'A noite é uma palavra', da Fundação Cultural do Pará (FCP). Mas que agora propõe que percorramos uma perfomance mais intimista, como dois amigos celebrando a palavra poética na Amazônia. Vão ao palco conosco o que lemos, o que sentimos e o que escrevemos sobre o rio que somos", declara Geovane Belo.

O espetáculo, como diz Geovane Belo, propõe uma travessia poética, literária e performática pelo imaginário amazônico, tendo como fio condutor a palavra - oral, escrita, declamada e compartilhada. Conectado à COP 30, o projeto pretende traduzir a urgência do debate climático em experiências artísticas acessíveis à população em geral, fazendo da arte um espaço de sensibilização, reflexão e mobilização.

"A apresentação evoca os sentidos históricos, sociais e estéticos de uma Amazônia viva e vibrante. Revela como suas gentes se constituem uma memória de rio e possui identidades flutuantes e resistentes", pontua Geovane. O espetáculo não se restringe à palavra escrita, porque na Amazônia, a cultura oral é latente poesia. Por isso, a apresentação é dividida em três cenas que entrelaçam passado, presente e futuro.

A primeira cena é intitulada "Vozes do passado prenhes de Amazônia". Ela traz um recorte da poesia do século XIX e do modernismo no Pará que falam da poética das águas, do clima, de práticas culturais de cuidado e de afeto. 

A segunda cena "As ribeiras do ser e os rios da linguagem" vê o narrar como ato de partilha e do cultivo das esperanças. Mesmo diante das ameaças à vida ribeirinha, os artistas têm como proposta duas histórias-vivências carregadas de sonho e de conexão com as águas: "A história das crianças que plantaram um rio", de Daniel Leite, e "Cartas para meu pai", de Geovane Belo. São duas adaptações dos livros premiados dos autores, no formato de Contação de histórias. 

A última cena "Amazônia, rio que sonha outro ser" trará poemas contemporâneas que falam do futuro no agora, são extratos da literatura indígena, de contos e poemas que denunciam, reafirmam o cuidado com a natureza, com o clima e falam dos riscos de um futuro distópico, como repassa Geovane Belo.

"A ideia é que possamos pensar as várias Amazônias que existem em nós", destaca Daniel Leite. Esse escritor adianta que será uma partilha com o público, ou seja, serão compartilhadas palavras e silêncios, envolvendo, inclusive, textos de escritores paraenses. "Vai ser um grande mergulho nas águas da palavra", arremata Daniel Leite. 

Serviço:

Performance: 'Entre Águas, Palavras, Rios e Partilhas'
Em 18 de novembro de 2025, às 18h30
Na Central da COP, no Teatro Waldemar Henrique, no entorno da 
Praça da República, no centro de Belém
Com entrada Franca 
 

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