Branco Mello, dos Titãs, abre o jogo sobre câncer: 'Achei que estava indo'
Músico precisou tratar um tumor agressivo na laringe.

Em entrevista, o músico Branco Mello, 61, falou sobre o seu tratamento de câncer recente. Após ser constatado a presença de um tumor agressivo na laringe, ele passou por uma cirurgia de retirada em 2021, e teve a voz afetada.
A descoberta da doença ocorreu em 2018, e após três anos o tumor voltou. Este ano, Branco entrou em turnê com o Titãs e conversou com o jornal O Globo, sobre o retorno aos palcos. A banda vai fazer 20 shows pelo Brasil.
"Não paro de trabalhar e fazer exercícios. Fico com os meus equipamentos de fono cantarolando pela casa. Gosto muito da minha nova voz. Estou descobrindo nova maneira de cantar, coisas de respiração, timbre, densidade. Algumas canções ficam com mais profundidade nessa nova voz. Fico emocionado, parece que trazem minha vida nelas", disse.
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Os últimos anos não foram fáceis para o artista, que teve medo em relação a possibilidade de não voltar mais a cantar após o câncer: "Teve uma hora em que eu, realmente, achei que não voltaria a cantar. Tirei metade da laringe. Muita gente não consegue voltar a falar, comer. Fiz um trabalho grande de fono que me devolveu a voz. Quando estava com traqueostomia, falava por WhatsApp com a Ângela. Achava mais ágil que escrever em caderno. Era estranho. Coisas que você tem que falar com naturalidade? Ao usar frases curtas, não dá para aprofundar a conversa. Foi um alívio voltar a falar."
Com a descoberta do câncer e depois o retorno da doença, Branco achou que não conseguiria sobreviver. "Numa das cirurgias, tive uma intercorrência pós-cirúrgica e quase morri. Achei que estava indo, parecia despedida. Foi uma sensação interessante. Senti uma suavidade. Mas voltei. E parece que entendi o que é estar indo embora. Modificou minha maneira de ver as coisas, as pessoas. Sem querer romantizar, acho que amadureci legal", relembra,
O artista ainda falou sobre o consumo de drogas: "Sempre fui fundo nas drogas. Quando era jovem, não tinha barreira. Não me arrependo. Foi momento importante de descobertas, crescimento, experiências. Fiz muita coisa legal nesse período louco e muita coisa ruim também. Não é fácil conviver com essa loucura toda. Mas passei por isso e estou pleno. Hoje estou sem nada, limpíssimo."
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