Affair de Anitta e dirigente da Beija-Flor, Gabriel David, critica 'viés ideológico' dos enredos
Ele se mostrou preocupado com investimentos e apoios governamentais após um novo ano com muitas críticas políticas das escolas

O dirigente da Escola da Samba Beija-Flor do Rio de Janeiro, Gabriel David, que vive um romance com a cantora Anitta, criticou o que chamou de "viés ideológico" nos enredos das escolas de samba nos últimos anos. Em entrevista ao site Carnavalesco, o dirigente da escola de Nilópolis declarou que considera a crítica social e política válida, porém tem que ser geral para ser válida, "porque dá voz ao povo. Mas não pode haver a tomada de partido", afirmou.
"O carnaval não pode agredir entidades públicas só porque você discorda. Eu friso isso porque a escola de samba não pode ser de esquerda, nem de direita. Ela tem que dialogar com o povo. Essa discussão nunca pode estar nos desfiles. Nossa crítica em 2018 foi diferente da Mangueira. Estamos indo para um viés apelativo. Eu não gosto. Pedi muito que não tivéssemos qualquer viés político esse ano", disse.
David que é filho do presidente de honra da escola, Anísio Abrahão Davi, falou ainda que se arrepende do desfile de 2018 ao ter abordado temas políticos. Ele se disse preocupado que as críticas das escolas se reflitam no apoio e nos recursos concedidos pelos órgãos públicos para as agremiações.
"Em 2018, negociamos com a Caixa na época do governo Temer. O que o carnaval fez? Colocou o presidente de vampiro. O Crivella é um péssimo prefeito, mas deu R$ 1,5 milhão para cada escola. O que fizemos? Colocamos o prefeito como diabo. Agora o governador Witzel está nos ajudando. O que vamos fazer? Bater nele? Acho que a negociação com o poder público pode ser mais dura, mas é preciso ter muito cuidado na hora de bater, pois queiram ou não eles são figuras importantes. Se você tem outra ideologia faça suas críticas de maneira privada. Não usa a escola de samba para isso."
Neste ano a Beija-Flor foi a quarta colocada com o total de 269,4 pontos atrás de Mocidade, Grande Rio e, a grande campeã, Viradouro. A escola levou para a avenida o enredo "Se essa rua fosse minha" para narrar a história da humanidade, desde a Era Glacial até os dias de hoje. A agremiação fez na Sapucaí um grande passeio cantando sobre as grandes jornadas da humanidade e festejou as ruas famosas do mundo no último desfile do Grupo Especial do Rio na madrugada de terça-feira (25).
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