Gravações do filme 'Águas Mágicas' começam nesta terça (1º) em município do Pará
Os municípios de Tucuruí e Breu Branco recebem o elenco composto por talentos nacionais e regionais
O cinema paraense ganha novo fôlego com o início das gravações de “Águas Mágicas”, longa-metragem que começa a ser produzido nesta terça-feira (01) nos municípios de Tucuruí e Breu Branco, no sudeste do Pará. Com roteiro e direção do cineasta paraense Luiz Arnaldo Campos, a obra mistura realismo mágico e crítica social em uma produção da Floresta, produtora local sediada em Tucuruí. O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital coordenado pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult).
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Mais do que uma ficção ambientada na Amazônia, “Águas Mágicas” representa um passo importante na descentralização do audiovisual paraense. É um dos poucos longas de ficção produzidos por uma empresa do interior, o que simboliza a ampliação de oportunidades fora da capital.
A narrativa e os personagens
A história se passa em uma localidade não especificada da floresta e apresenta três personagens centrais:
- Maniati, uma mulher das águas — ser híbrido entre humano e animal;
- Marcos, jovem garimpeiro vindo do Sul em busca de diamantes;
- Velho Antônio, arpoador de pirarucus e guardião das mulheres das águas.
A trama aborda temas como amor, cobiça, desejo e os impactos do garimpo nas comunidades tradicionais amazônicas.
Elenco e equipe técnica valorizam talentos locais
O elenco mescla nomes conhecidos no cenário nacional com artistas paraenses:
- Markus Konká (da série “Guerreiros do Sol”, Globoplay, e dos filmes “Rio Babilônia” e “Eu Te Amo”) vive o Velho Antônio;
- Lucas Franco (ator com passagens por novelas da Globo e produções em Portugal) interpreta Marcos;
- A modelo paraense Heloísa Silva estreia como atriz no papel de Maniati.
Completam o elenco Marília Araújo, Waldo Piano e a jovem revelação Geovana Ramos.
A equipe técnica também destaca profissionais regionais:
- Edição: Klebson Mago
- Som: Mário Ribeiro
- Direção de arte: Célia Maracajá
- Preparação de elenco: Claudio Barros
- Trilha sonora: Luiz Pardal e Jacinto Khawage
- Produção executiva: Sônia Guimarães
As filmagens devem durar cinco semanas, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2026.
Produção no interior e crescimento do audiovisual
Dados do Observatório Itaú Cultural indicam que, entre 2018 e 2022, o número de projetos audiovisuais inscritos em editais no Pará cresceu mais de 60%, refletindo o fortalecimento do setor. A Lei Paulo Gustavo impulsionou esse cenário: dos mais de R$ 85 milhões destinados ao estado, cerca de R$ 16 milhões foram para o audiovisual, abrindo oportunidades para produções fora de Belém.
“Produzir um longa de ficção a partir do interior do Pará, com equipe local e histórias que partem do território, é mais do que uma conquista artística. É uma afirmação política e cultural”, afirma Luiz Arnaldo Campos, diretor também responsável pelo premiado documentário “Aikewara, a Ressurreição de Um Povo”.
(Gustavo Vilhena, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Luciana Carvalho, editora web em OLiberal.com)