Rumo à COP 30: UFPA divulga agenda de eventos socioambientais no 2º semestre; confira
A agenda começa neste mês, quando o debate é levado diretamente a territórios tradicionais, com a vivência educativa no Quilombo Moju-Miri

Faltando 100 dias para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), a Universidade Federal do Pará (UFPA) vive um cenário de intensa mobilização e crescente expectativa. Ao lado de outras instituições de ensino e pesquisa e de movimentos sociais, a Universidade reafirmou seu compromisso com a agenda climática global, integrando ao debate temas ligados à ciência, educação, inovação, comunidades tradicionais e articulação internacional.
Para este segundo semestre, a UFPA já confirma a organização e/ou parceria em dezenas de atividades preparatórias que antecedem a realização do evento que coloca Belém no centro das discussões globais sobre o clima e o futuro do planeta. No cenário global de enfrentamento à crise climática, as ações programadas consolidam o protagonismo da UFPA na produção de conhecimento científico aliado às diferentes formas de produção de saberes.
A agenda começa neste mês, quando o debate é levado diretamente a territórios tradicionais, com a vivência educativa no Quilombo Moju-Miri. Na terça-feira (5/8), o Campus Guamá recebe o Encontro de Educação Popular Feminista da Amazônia, que promove reflexões sobre os impactos socioambientais na vida das mulheres da região. No dia 11, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) sedia uma sessão especial sobre juventude e justiça climática, com apoio do movimento Ciência e Vozes da Amazônia, lançado pela UFPA em fevereiro deste ano com o objetivo de fortalecer o protagonismo de povos amazônicos, cientistas e lideranças locais nas negociações climáticas globais.
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Nos dias 12 e 13, o Campus de Ananindeua promove o 4º Colóquio Diálogos Ambientais. Entre os dias 13 e 16, em Belém, o Congresso Internacional de Genética reúne especialistas de diversas partes do mundo no Hangar. Paralelamente, a 6ª Festa Literária Internacional do Xingu (FLIX), realizada em Altamira, evidencia a produção poética e literária de mulheres amazônidas.
A programação científico-cultural se amplia com o Motirõ FADESP, no dia 14, no Centro de Eventos Benedito Nunes. Encerrando o mês, a cidade de Santarém sedia a Pré-COP 30 da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), nos dias 28 e 29, enquanto o Campus de Castanhal promove o evento “Mundo Amazônia”, com foco nos saberes ancestrais e científicos da região.
Em setembro, dos dias 2 a 4, o Campus de Castanhal segue ativo, com a realização simultânea do III Simpósio Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão e o VIII Simpósio local. Em Belém, de 3 a 5 de setembro, o Núcleo de Meio Ambiente da UFPA (NUMA) recebe o IV Congresso Amazônias, espaço de articulação sobre territórios, desenvolvimento e meio ambiente. Também nesses dias, a UFPA sedia a 6ª edição do Encontro+B Amazônia 2025, que reunirá cerca de mil empresários, representantes de comunidades e organizações civis do Brasil e do exterior, com o lema “A raiz do futuro”, em busca de soluções sustentáveis para a região.
Já entre os dias 17 e 19, ocorre o 11º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Sociedade, aprofundando a discussão sobre inovação e sustentabilidade. No dia 18, será realizada a Conferência “Olhares Lusófonos do Sul”, voltada à cooperação internacional, e o mês termina com o V Encontro Acadêmico Impacto das Ciências Ambientais na Agenda 2030, entre 30 de setembro e 2 de outubro, no Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA.
Outubro será marcado por eventos voltados à formação técnica e interdisciplinar. Entre os dias 20 e 24, o Campus de Tucuruí sedia o I Encontro de Engenharias da Amazônia, destacando inovações voltadas à sustentabilidade na infraestrutura regional. Já nos dias 30 e 31, o Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA recebe o Fórum Internacional de Migrações, com enfoque nas conexões entre deslocamentos populacionais e mudanças climáticas — um dos temas centrais da COP 30.
Novembro, mês da conferência da ONU, concentra algumas das ações mais expressivas. De 6 a 8, a UFPA será sede da 20ª Conferência de Crianças e Jovens sobre Mudança do Clima (COY 20), o maior evento global de juventudes vinculado à ONU na temática climática. A expectativa é reunir jovens de diversas nacionalidades em oficinas, debates e ações políticas voltadas à justiça climática. Esta é a primeira vez que o Brasil sediará a COY, evento oficial da COP, organizada pela Youngo, a constituinte oficial da juventude da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e dela sairá a carta que norteará a articulação de todas as frentes no campo da juventude, dentro da tão disputada Zona Azul.
Já no dia 11, o evento “Clima é Saúde – Saúde é Clima” coloca em pauta os impactos da crise ambiental na saúde pública. E, finalmente, entre os dias 12 e 16, a UFPA receberá um dos momentos mais esperados da mobilização social global: a Cúpula dos Povos, que reunirá cerca de 15 mil pessoas e mais de 700 organizações de diversos países para debates, fóruns, atividades culturais e propostas alternativas à agenda oficial da COP.
“É importante ressaltar que essas ações, especialmente as de outubro e novembro, são apenas algumas do calendário dos próximos 100 dias. Outras atividades e encontros já estão definidos, mas ainda serão divulgados por conta de ajustes em suas programações e organização. Em breve serão divulgadas”, destaca a Comissão do Movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30”.
Movimento “Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30”
Todas essas ações estão integradas ao Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30, iniciativa da UFPA que vem articulando desde fevereiro de 2025 a produção acadêmica, os saberes populares e o protagonismo dos povos da região em torno dos desafios ambientais e sociais do século 21.
O movimento soma dezenas de eventos realizados no Brasil e no exterior, promove uma publicação mensal multilíngue com textos inéditos de pesquisadores e lideranças comunitárias, e amplia, mês a mês, a participação amazônica na construção de soluções climáticas justas, inclusivas e transformadoras. “Chegamos aos 100 dias que antecedem a COP 30 com uma atuação muito intensa e comprometida com os grandes desafios do nosso tempo. Estamos articulando ciência, saberes tradicionais, territórios e políticas públicas em uma agenda que reflete a potência da nossa região e do nosso povo”, afirmou o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, ao avaliar a atuação da UFPA em preparação à COP 30.
“Tenho repetido sempre que, mais do que nos preparar para um evento internacional, é importante construir um legado. A COP 30 é uma oportunidade histórica de repensar modelos de desenvolvimento e fortalecer uma nova consciência sobre o nosso papel e o papel da Amazônia no equilíbrio do planeta. A UFPA está pronta para contribuir reafirmando o papel da universidade pública como um espaço de transformação, em defesa do futuro comum que todos precisamos construir”, finalizou.
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