“Não há justiça climática sem justiça urbana”, defende ministro sobre a Amazônia
Jader Filho detalhou em evento divisão de recursios do novo PAC; R$ 33 bilhões são para novas obras.

“Se a gente não colocar as pessoas dentro de tudo que a gente trata sobre meio ambiente, vai ser difícil o processo de enfrentamento real do problema climático”. Foi a partir desta defesa que o ministro das Cidades, Jader Filho, tratou sobre os projetos de mobilidade urbana na construção de cidades sustentáveis, com ênfase na Amazônia, durante um painel realizado nesta sexta-feira (15) sobre a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). “Não há justiça climática sem justiça urbana, sob todos os aspectos”, acrescentou.
Durante o evento, o ministro defendeu ainda que é preciso “dotar as cidades de infraestrtura”, citando investimentos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Ele destacou que o programa destina R$ 15 bilhões para contenção de encostas e de drenagens. “Para o tamanho do nosso Brasil isso não é suficiente, mas é um indicativo de que para o governo do presidente Lula isso é uma prioridade. Tanto é que a primeira seleção que será feita dentro do novo PAC será sobre contenção de encostas e drenagem”, anunciou o Jader Filho.
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Sobre mobilidade urbana, o ministro defendeu prioridade no orçamento para descarbonizar o transporte público, mas citando que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa não vem de ônibus e sim de carros. “Para reduzir o número de veículos nas ruas é preciso oferecer transporte público de qualidade. Neste sentido, está havendo uma mudança de pensamento entre os gestores, tanto que é que pela primeira vez nas seleções feitas pelo Ministério das Cidades os pedidos de ônibus são em sua maioria elétricos. São 2960 pedidos”, disse.
Também sobre o PAC, Jader Filho destacou que o programa é dividido em duas frentes, a de cidades resilientes e sustentáveis e a do água para todos. Na primeira é onde está incluído guardas-chuvas, como a questão da prevenção com R$ 15 bilhões, e para mobilidade outros R$ 48,8 bilhões de reais para obras que estão em andamento e futuras, informou o ministro. Do montante para mobilidade, R$ 33 bilhões são para novas obras. “E aí dentro disso existem ainda R$ 3 bilhões para a renovação de frotas”, detalhou.
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Jader Filho falou ainda que a COP 30 oportunizará uma mudança de visão do mundo. “Verão que não é só a Amazônia da foto e sim duas Amazônias: a da floresta, da abundância, da biodiversidade, dos nossos, rios; e a outra, que é a das cidades, e nelas vivem 28 milhões de brasileiros que querem ter direito a saneamento, a bom emprego, a lazer e a qualidade de vida”, disse, acrescentando ainda que “se de fato as grandes economias querem contribuir para a solução ambiental, eles precisam ajudar a dotar os centros urbanos de infraestrutura”.
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