Enzone reúne empreendedores e apresenta potencial comercial do Pará durante a COP 30
Espaço é uma iniciativa do Sebrae e mantém funcionamento durante a conferência climática
Pensada para ser a zona do empreendedorismo, a Entrepreneurship Zone, no inglês, ou En-Zone, como está sendo chamada, é administrada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do estado do Pará (Sebrae-PA), e abre nesta segunda-feira (10) expondo o trabalho de empreendedores locais aliados à sustentabilidade. O espaço promete contribuir com os diálogos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) e se mantém em funcionamento até o encerramento da conferência, no dia 21 de novembro. A zona está localizada no estacionamento do Parque Urbano Belém Porto Futuro I e funciona das 16h às 22h, com entrada gratuita.
O superintendente regional do Sebrae, Rubens Magno, descreve a zona como uma vitrine para esses empreendedores e se alinha à pauta principal em um momento estratégico, especialmente porque, como reforça, os “negócios da Amazônia estão cada vez mais fortalecidos no conceito de sustentabilidade”. São mais de 227 empreendimentos de todos os biomas brasileiros expostos no espaço, com uma expectativa de visitantes que supera os seis mil.
“Em nenhuma das outras edições da COP existiu uma zona dedicada a mostrar o empreendedorismo daquele país anfitrião. Tanto é que, aqui na En-Zone, nós estamos trazendo todos os biomas que estão sendo representados, em uma curadoria que fizemos no Sebrae Pará com o Sebrae Nacional”, explica Magno sobre a iniciativa.
Ele detalha a presença de empreendimentos focados em diversos setores trabalhados pela entidade, como alimentação, vestuário, cosméticos, entre outros. Somado a isso, o representante reforça as atrações culturais presentes no evento, o que, segundo ele, não poderia faltar, tratando-se de uma expressão marcante da região anfitriã da COP 30. Entre os ritmos que devem estar presentes no palco montado na zona estão o brega, techno brega, calypso, carimbó e lambada.
“Todos que aqui virão poderão ter a certeza de que aqui dentro tem muito pulso forte e suor desses empreendedores; aqui tem a cultura, aqui tem produtos, aqui tem a essência do empreendedorismo brasileiro, e a gente tem um enfoque também importante para a gastronomia. A gastronomia do Pará é uma gastronomia potente, gastronomia grande, mas nós não nos limitamos ao Pará. Nós estamos aqui com a potência da Amazônia e a potência do Brasil.”
No balanço do superintendente desses últimos três anos, o Sebrae conseguiu ajudar mais de 90 mil pequenos negócios somente no estado do Pará, sempre investindo na preparação dos empreendimentos de maneira sustentável. Um dos exemplos práticos desses negócios é o projeto “Sustenta e Inova”, que, além do apoio técnico do Sebrae, também conta com a Embrapa, Cirad e Ipam, e o financiamento da União Europeia. Através dessa iniciativa, propriedades rurais e produtores locais das regiões do Marajó, Capim, Xingu e Altamira recebem inovações tecnológicas para aumentar a produtividade e os lucros de maneira sustentável.
A aplicação técnica se divide entre a preparação do Sebrae, com reforço logístico e aperfeiçoamento dos negócios, e a técnica rural fornecida pelas entidades parceiras, aplicadas de maneira específica em cada negócio. No Pará, os casos de sucesso incluem produções baseadas no cultivo de cacau, mel e açaí, além de seus derivados, como explica a coordenadora de projetos internacionais do Sebrae, Paula Couceiro. As mais de quatro mil famílias atendidas no projeto no decorrer dos quatro anos de atuação, segundo ela, conseguiram evoluir seus negócios para além da venda da matéria bruta, aumentaram a renda e também conseguiram recuperar áreas degradadas em alguns casos.
“Elas [famílias produtoras] deixaram, por exemplo, de vender uma semente de cacau para vender o chocolate pronto. Já temos vinte e nove indústrias de chocolate constituídas nesse processo, e seis delas já possuem selo e podem vender o seu produto, porque já estão totalmente regularizadas. A gente atende, em média, quatro mil famílias nessas três regiões, e a gente continua produzindo e trabalhando com outras empresas através dessas comunidades”, explica Couceiro.
VEJA MAIS
Legado
Durante a abertura do espaço, o presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, falou sobre o legado que os empreendimentos da Amazônia deixam, ao apresentar um modelo de bioeconomia tão eficiente. Segundo ele, esse exemplo ultrapassa as fronteiras de Belém e da Amazônia, para apresentar um modo de fazer ao mundo. Esse resultado pode ser visto no potencial de globalização dos produtos e dos negócios originados na nossa região.
“A produção que o nosso Sebrae do Pará está construindo neste momento é também um caminho que revela ao mundo um modelo de economia que é a bioeconomia, que é a pequena economia, que mostra claramente aquilo que é importante. Uma economia sustentável que deixa a natureza intacta, que não agride o meio ambiente, que gera rendas e que produz inclusão”, ressalta o presidente nacional.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA