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Restaurantes de Belém próximos a área da COP 30 dobram movimento com turistas do país e de fora

Estabelecimentos próximos à área do evento internacional registram aumento de até 30% no fluxo e encantam visitantes com pratos típicos da culinária paraense.

Jéssica Nascimento

Com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em Belém — a primeira na Amazônia —, restaurantes localizados nas proximidades da área do evento têm vivido dias de intenso movimento. O aumento no fluxo de turistas nacionais e internacionais impulsionou as vendas e colocou os sabores amazônicos, como o filhote, o pirarucu e o açaí, no centro das atenções gastronômicas.


Culinária paraense é a estrela do cardápio

image (Foto: Carmem Helena)

O gerente Marcos Brito, de um restaurante na Avenida Rômulo Maiorana, conta que o movimento da casa cresceu entre 20% e 30% nos primeiros dias da COP 30

“A nossa expectativa está sendo muito promissora. Estamos sendo muito procurados pelos turistas, principalmente pela nossa culinária paraense — filhote, pescada, camarão e pirarucu”, comemora.

Segundo ele, a procura maior é dos clientes internacionais, que demonstram curiosidade e encanto pelos pratos típicos. “Os turistas ficam maravilhados com os sabores. Eles nunca comeram algo parecido e ficam encantados com a nossa comida”, relata o gerente.

Marcos acredita que, até o final da conferência, no dia 21, o aumento no movimento deve chegar a 50%. “Estamos recebendo muitos clientes e a tendência é crescer ainda mais devido à nossa localização e ao cardápio regional.”

Preparação antecipada e atendimento bilíngue

Para atender melhor os visitantes estrangeiros, o restaurante se preparou com antecedência. “Foram oito meses de aulas de inglês para toda a equipe de atendimento. Mesmo sem fluência total, a ideia foi garantir uma comunicação mais assertiva”, explica Marcos Brito.

Além disso, o restaurante investiu em melhorias no processo de preparo e entrega dos pratos. “Sabemos que as pessoas têm pouco tempo para se alimentar, então focamos na eficiência e rapidez do atendimento”, completa o gerente.

Os preços médios dos pratos variam entre R$ 65 e R$ 68, dependendo da guarnição.

Movimento dobra em restaurante popular

Na mesma avenida, o restaurante de Lael Almeida, mais popular e com preços acessíveis, também vem surfando a boa maré da COP 30.

“O movimento melhorou muito. Praticamente dobrou. Até o final da conferência, esperamos que triplique”, conta o sócio-proprietário.

Os pratos mais procurados são os peixes assados na brasa, especialmente o filhote, carro-chefe do cardápio.

“Muita gente está pedindo o filhote assado de brasa. Ontem tivemos clientes da Inglaterra, da Coreia e também da África”, relata Lael.

O preço médio do prato executivo é de R$ 40, e o empresário diz ter se organizado junto aos fornecedores para garantir o abastecimento. 

“Graças a Deus não está faltando matéria-prima. Os turistas elogiam bastante o filhote e acham o nome curioso, porque pensam que é um peixe pequeno. Quando veem o tamanho, se surpreendem”, brinca.

Para ambos os empresários, a COP 30 não apenas aqueceu as vendas, mas também deu visibilidade à riqueza gastronômica do Pará. “É uma satisfação enorme apresentar nossa cultura e nossa comida para pessoas de todo o mundo”, diz Marcos Brito.