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OTCA e CAF terão pavilhão conjunto na COP 30 para discutir soluções climáticas regionais

Proposta do pavilhão é reunir governos, bancos, academia, povos originários e sociedade civil em uma programação alinhada à agenda amazônica

Thaline Silva*

O Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) anunciaram que dividirão um pavilhão conjunto na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro. O espaço, de 150 metros quadrados, estará localizado na Zona Azul do evento e será dedicado ao debate sobre o papel da América Latina, do Caribe e da Amazônia como regiões que oferecem soluções para a crise climática e de biodiversidade global.

A proposta do pavilhão é integrar governos, bancos multilaterais, academia, povos originários e sociedade civil em uma programação que articula as prioridades regionais com a agenda amazônica. As discussões serão organizadas em torno de três eixos principais: oportunidades ligadas à mitigação das mudanças climáticas; resiliência e adaptação; e integração entre clima e biodiversidade para o bem-estar humano.

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Além de sediar mais de 40 painéis de discussão, o pavilhão contará com um estúdio de televisão operado pelo CAF e uma experiência interativa baseada no Observatório Regional Amazônico (ORA) — iniciativa da OTCA que reúne mapas e informações georreferenciadas do bioma amazônico, configurando um exemplo de cooperação científica regional.

Segundo Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF, a iniciativa busca impulsionar a descarbonização e a resiliência nos países da região, valorizando o papel da América Latina e do Caribe na produção sustentável de alimentos e na conservação dos ecossistemas estratégicos, em colaboração com comunidades locais e povos indígenas, “guardiões ancestrais desse patrimônio natural”, afirmou.

A diretora executiva da OTCA, Vanessa Grazziotin, destacou que a organização é a única dedicada exclusivamente à Amazônia e possui experiências concretas de cooperação regional. “Temos redes que fortalecem a gestão florestal e hídrica de forma integrada e transfronteiriça, demonstrando que a ação climática conjunta pode gerar benefícios diretos para as comunidades e resiliência para toda a região”, disse.

A América Latina abriga 14 ecossistemas estratégicos transnacionais de relevância global, que incluem os páramos andinos, a Patagônia, as florestas de Tumbes e Magdalena, a Mata Atlântica, o corredor biológico mesoamericano, os manguezais, o Gran Chaco, o Pantanal e a Amazônia, entre outros. Interconectados entre si, esses ecossistemas são essenciais para o equilíbrio climático e o bem-estar socioeconômico do continente.

Durante a COP 29, realizada em Baku, o CAF apresentou um novo enfoque voltado para a preservação e regeneração desses ecossistemas, com o objetivo de gerar benefícios ambientais, sociais e econômicos tanto para os países quanto para as populações locais.

Sobre a OTCA
A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica reúne oito países-membros — Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela — com o objetivo de promover a cooperação regional voltada ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. A instituição atua em áreas como proteção da biodiversidade, manejo florestal, ciência e tecnologia, governança territorial e inclusão social, além de apoiar políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Sobre o CAF
O Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe apoia projetos públicos e privados voltados ao crescimento sustentável e à integração regional. Com 24 países-membros, o CAF oferece serviços financeiros e técnicos para promover melhorias na qualidade de vida e fortalecer a resiliência econômica e ambiental da região.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

 

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