Encontro de líderes em Belém reforça coalizão de mercados de carbono, que já tem apoio de 18 países
Reunião foi realizada durante a programação da COP 30. A coalizão visa alavancar os mercados de carbono, mantendo a integridade ambiental
A Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono, que busca estabelecer um padrão comum para conectar diferentes sistemas de comércio de créditos de carbono, com foco em liquidez, previsibilidade e transparência, já conta com o apoio de 18 países. Lançado durante a Cúpula do Clima de Belém, em 7 de novembro, o compromisso foi o tema central de uma reunião de líderes de alto nível, realizada no sábado (15/11), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), na capital paraense.
Segundo o secretário de Clima e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, a iniciativa reconhece o papel central dos mercados de carbono regulados na aceleração da descarbonização e na implementação do Acordo de Paris. “Nosso objetivo é alavancar os mercados de carbono de conformidade, mantendo a integridade ambiental e garantindo uma transição justa a todos”, declarou.
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O Ministério da Fazenda conduz o processo de construção do compromisso internacional. “Temos discutido como fazer a transição energética para longe dos combustíveis fósseis de uma forma estruturada, ordenada e justa. O mercado de carbono regulado é um dos caminhos essenciais para alcançar essa meta”, declarou o secretário-executivo adjunto da pasta, Rafael Dubeux.
Ele afirma que a coalizão permitirá colaboração entre países na definição de melhores práticas de MRV — Monitoramento, Relato e Verificação, na construção de contabilidade comum e na garantia da integridade dos mecanismos de offset. Dubeux entende que a regulação do setor é uma das formas mais eficazes de promover a descarbonização. “Esse é realmente um momento histórico para acelerarmos o esforço global para descarbonização, equidade e prosperidade”, afirmou.
Expansão internacional da iniciativa
Durante o encontro em Belém, representantes de vários países reafirmaram apoio à Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono. A iniciativa, que é voluntária, conta com a participação de Brasil, China, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia, França, Ruanda, Andorra, Guiné, Nova Zelândia, Mônaco, Singapura e Noruega.
Além de reforçar o apoio do bloco, o comissário de Energia e Habilitação da União Europeia, Dan Jørgensen, disse que pretende trabalhar em parceria com o Brasil para fortalecer a precificação de carbono. Para ele, o uso de créditos de alta qualidade deve estar alinhado com os padrões e princípios definidos no Acordo de Paris. "A coalizão pode construir um parâmetro de referência para integrar totalmente padrões relevantes às metas nacionais finais e ao desenho dos mercados nacionais de carbono”, avalia.
A Noruega também formalizou sua adesão ao compromisso. O ministro do Clima e Meio Ambiente, Andreas Bjelland Eriksen, destacou que o país já participa do sistema de comércio de emissões, do mercado de carbono e do Acordo de Paris, considerados instrumentos essenciais para reduzir emissões. Segundo ele, a coalizão fortalece a integridade ambiental ao compartilhar experiências, ampliar o conhecimento sobre MRV e aperfeiçoar metodologias de contabilidade de carbono, garantindo impacto climático efetivo.
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