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COP 30: saiba quais vestimentas usar e como manter a saúde em dia durante o evento climático

O ideal é que a população e os visitantes optem por tecidos com fibras vegetais, como algodão e linho

Ayla Ferreira

A alta temperatura na capital paraense fez com que o governo federal flexibilizasse o protocolo de vestimentas para os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), conforme e-mail enviado aos integrantes nesta terça-feira (4). Para mostrar como manter o conforto e a saúde em dia, a redação integrada de O Liberal ouviu especialistas da área da medicina e da moda.

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Belém é uma região com clima quente e úmido, por isso, o ideal é que tanto a população quanto os visitantes prefiram tecidos com fibras vegetais, como algodão, linho, cambraia de linho e viscose. O brim e a sarja também são indicados, pois são tecidos de base vegetal, que absorvem menos calor e trazem uma maior sensação de frescor.

“Tecidos naturais e respiráveis, como algodão e linho, permitem melhor ventilação e absorvem o suor, ajudando na regulação da temperatura corporal. Isso reduz o risco de superaquecimento, irritações na pele, brotoejas e até de desidratação. Já tecidos sintéticos tendem a reter o calor e dificultar a evaporação do suor, o que pode agravar o desconforto térmico”, diz a médica dermatologista Caroline Palheta, de Belém.

A exposição ao calor pode trazer diversos sintomas. Os mais comuns incluem sudorese excessiva, tontura, fraqueza, dor de cabeça e sensação de cansaço. “Em casos mais graves, podem ocorrer câimbras, desidratação e até o chamado “golpe de calor”, uma emergência médica em que a temperatura corporal ultrapassa 40 °C. Na pele, observamos aumento de casos de dermatites, brotoejas (miliária), assaduras e infecções fúngicas, muito comuns em regiões quentes e úmidas”, explica Caroline.

De acordo com a médica, para evitar consequências mais graves do calor, o público deve manter o corpo hidratado, bebendo água ao longo do dia, mesmo sem sentir sede. Deve-se utilizar roupas leves e de cores claras, evitar exposição solar direta nos horários de pico, entre 10h e 16h, e procurar locais sombreados ou climatizados.

Na pele, o uso diário de protetor solar é essencial, mesmo para quem passa a maior parte do tempo em ambientes internos, pois a radiação ultravioleta atravessa vidros. Chapéus e óculos escuros também oferecem proteção adicional. 

“Quando há sinais de desidratação intensa, como boca seca, tontura, fraqueza extrema, confusão mental, vômitos persistentes ou temperatura corporal muito alta. No caso de lesões de pele que não melhoram com cuidados básicos ou apresentam sinais de infecção (vermelhidão, dor, pus), também é importante buscar orientação médica. O atendimento precoce evita complicações mais sérias”, alerta a médica.

Conforto e elegância

Apesar da alta temperatura, a cidade conta com vários ambientes climatizados. É comum que os visitantes utilizem peças decotadas e vestidos de alcinha, por exemplo, para evitar o calor, mas sintam frio em ambientes fechados. Por isso, ter um blazer e uma jaqueta em mãos pode ajudar a compor o visual e proporcionar conforto em locais com ar-condicionado. 

“É preciso evitar os tecidos sintéticos, porque são tecidos mais quentes, além deles provocarem a transpiração, o que pode, ao longo do dia causar algum odor desagradável para quem ficar o dia inteiro vestindo essas roupas. Além, é claro, do calor que esse tipo de tecido pode causar”, explica Felícia Maia, coordenadora do curso de Moda de uma universidade em Belém.

Para eventos mais formais, como a COP 30, a preferência deve ser por cores tradicionais e sóbrias. “O azul-marinho é um exemplo. Como muitos eventos vão acontecer durante o dia, o preto ele não é indicado, então pode ser um off white, um bege, pode ser uns tons vários tons de azul alguns tons também rosados, tons neutros como os tons terrosos ou mesmo tons mais claros como um verde água, um rosa claro, são os tons mais indicados. Evitar cores muito fortes, cores berrantes ou estampas, principalmente estampas grandes”, diz Felícia.

Para manter um visual elegante, mesmo com tecidos leves, o público pode investir no estilo smart casual. Segundo Felícia Maia, o estilo combina peças mais formais e elegantes com elementos casuais, criando um visual sofisticado, mas ainda assim descontraído, sendo um meio-termo entre o casual tradicional e um traje de negócios formal.

“É o traje ideal para ambiente de trabalho. Ele pode ser adotado para eventos que pedem um look, digamos assim, mais arrumado, sem que seja excessivamente formal. A dica principal é fazer misturas de itens mais formais, como uma calça de alfaiataria, com uma camiseta e um blazer ou um polo, uma camisa polo com blazer, ou seja, é um visual descontraído, mas cuidado e moderno”, pontua.

Nesse estilo, o jeans também pode ser utilizado, com preferência para lavagens, escuras, sem rasgos e partes desbotadas. A peça não pode ser excessivamente justa, e os sapatos devem “ser elegantes em consonância com o look, acessórios discretos e de qualidade. A chave para se vestir nesses momentos é o equilíbrio”, aconselha a coordenadora. Uma das combinações indicadas é o blazer com jeans, seguindo os critérios para manter a elegância.

“Você pode usar uma calça de alfaiataria com uma camiseta e um blazer, pode usar um jeans com uma camisa de botão e uma jaqueta. Ou seja, o ideal fazer uma mistura entre peças mais formais e peças mais descontraídas, buscando sempre um visual elegante, cuidado, mas moderno e leve”, afirma Felícia Maia.

Confira as principais estratégias de prevenção

  • Hidratação constante, preferindo água e evitando bebidas alcoólicas e com cafeína;
  • Uso diário de protetor solar, reaplicando a cada duas ou três horas;
  • Roupas adequadas, leves e de tecidos naturais;
  • Evitar exposição solar direta nos horários de maior calor;
  • Alimentação leve e rica em frutas e verduras, que ajudam na reposição de líquidos e sais minerais;
  • E, sempre que possível, permanecer em locais ventilados ou com ar-condicionado.

Fonte: Caroline Palheta, médica dermatologista

*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades